Todas as emoções não resolvidas, necessidades que não foram atendidas e situações dolorosas em que nos sentimos assustados ou violados na infância, não desaparecem simplesmente. Elas existem dentro de nós e interferem na forma pela qual passamos a enxergar o mundo. Esta interferência na vida adulta é muito intensa, mesmo que nem sempre seja percebida. Por causa disso, é comum dizer que os adultos são uma extensão de quem foram e do que viveram quando crianças.
As dores e traumas da criança que fomos um dia, podem nos levar a perceber a vida de uma maneira distorcida, nos impedindo de viver nossas dores e processos atuais como adultos. Nesse processo, abandonamos nossa verdade interna, nossa espontaneidade e autenticidade, e passamos a interagir com os desafios de forma reativa, impulsiva, ansiosa, amedrontada, insegura e desconfiada.
Ensinar as crianças a observar, comunicar e aprender sobre as suas emoções ajudará no seu desenvolvimento. A capacidade de traduzir suas emoções em palavras é indispensável para a satisfação das necessidades básicas. Se ensinamos as crianças a se expressarem emocionalmente, pouco a pouco irão se transformando em crianças fortes.
Ainda que possamos aprender a linguagem das emoções durante a vida toda, as pessoas que a falam desde a juventude a expressam com mais clareza. Portanto, mostram-se mais firmes emocional e socialmente falando. Criando crianças fortes evitaremos ter que reparar tantos adultos quebrados pela solidão, pela desconfiança e pelo desamor por si mesmos e pela sociedade.
Gustavo Amorim
Psicólogo Clínico
CRP 13/9562
@gustavoamorimpsi