Por sugestão da atenta leitora Brunella Miguez, Doutoranda em Direito, Mestra em Políticas Públicas; assessora jurídica e revisora do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa do Senado Federal, e colaboradora do jornal A Tribuna, do Espírito Santo, trago à baila as diversas grafias da palavra porque.
Segundo ela, e com quem concordo, é deveras impressionante o número de pessoas que se “engasgam” com esse vocábulo, na hora de escrever.
Vamos lá:
1. Usa-se por que (separado e sem acento):
a) Nas frases interrogativas, diretas ou indiretas, no início ou meio da frase:
Por que você não gosta de mim? (interrogativa direta).
Não sei por que você não gosta de mim. (interrogativa indireta).
No segundo caso (interrogativa indireta), para você perceber qual é o porquê basta colocar, depois dele, a palavra motivo. Se der certo, será por que (separado e sem acento).
Ex.: Não sei por que (motivo) ela saiu tão chateada.
Não é fácil?
b) Quando o porquê for substituível por pelo qual e flexões.
Exemplo: Os motivos por que (pelos quais) vou embora, não te direi.
• Amo-te, nem eu mesmo sei por quê. (interrogativa indireta).
• Por que me abandonaste? Por quê? (Interrogativa direta).
• Amo-te e vou te dizer por quê. (afirmativa).
Uma fórmula para perceber o porquê substantivo é substituí-lo pela palavra motivo. Se der certo, será porquê (junto e com acento).
Ex.: Não sei o porquê (motivo) de teres ido embora.
Exemplos:
. Não vá à festa, porque haverá briga (explicação).
. Não vou à festa porque estou doente (causa).
Esse porque (junto e sem acento) equivale a pois.
REGISTROS
Recebo do amigo Paulo Conserva, grande jornalista e escritor, há muito radicado em Itaporanga, o livro “Eu Vejo Gente Morrendo”, do também jornalista paraibano Souza Neto.
O livro é bem escrito e muito interessante, com um fio narrativo intrigante e agradável. O autor demonstra ter domínio da técnica narrativa, embora abuse do jogo de contrastes, o que torna, por vezes, a narrativa (apenas em termos de técnica) um tanto quanto artificial.
Mas o enredo é bom, a narrativa, como já disse, flui, agradavelmente, o que conquista o leitor, desde as primeiras páginas.
Recomendo.
A FRASE DA SEMANA
“Convenhamos que o fenômeno da semelhança completa entre dois indivíduos não parentes é mui rara, – talvez ainda mais rara que um mal poeta calado”. (Machado de Assis).