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Josival Pereira

O Cidadania, através de seu presidente nacional, Roberto Freire, tem ampliado a faixa de autonomia do partido na Paraíba nas últimas horas. Pode quase tudo, incluindo montar palanque e votar em Lula. Só não pode apoiar e pedir votos para Bolsonaro.

Casa perfeitamente com o que pensa o governador João Azevedo para as eleições de 2022. Visto assim, não tem problemas João Azevedo permanecer no Cidadania.

Não é bem assim. O cenário parece propício, o governador paraibano gostaria de ficar no Cidadania – é o que tem manifestado no público e no privado -, mas tem óbices difíceis de serem superados.

Começa que o Cidadania é uma legenda pequena e não dispõe de tempo de televisão para a propaganda nem de fundo eleitoral. A primeira parte se resolve com coligações. A segunda, não. O problema maior aqui é para os candidatos a deputado federal e deputado estadual. O governador ficaria praticamente impossibilitado de formar uma boa chapa partidária para as eleições parlamentares. Fica dependente de outras siglas.

Outro problema tem sido a possibilidade de o Cidadania formar federação com o PV e com o PSDB. Roberto Freire admite essa união caso o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vença as prévias no PSDB e se torne candidato à Presidência.

De imediato, o problema de maior dimensão seria o PSDB, que abriga a maior parte da oposição nos municípios do interior. Haveria impossibilidade de conciliação. Mesmo o governador ficando com o comando da federação no Estado, não teria como estabelecer controle nos municípios e acomodar os tucanos com os aliados firmados desde a campanha de 2018 ou conquistados durante o governo.

Neste caso, a preferência seria não herdar a confusão política e migrar para outro partido.

Com o PV, só haveria problema se o ex-prefeito Luciano Cartaxo decidisse permanecer na federação, que terá obrigatoriedade de se manter por quatro anos. Então, haverá uma eleição municipal no meio, em 2024, e, certamente, o governador João Azevedo já tem compromisso com o prefeito Cícero Lucena e Cartaxo quase não disfarça mais o desejo de voltar à Prefeitura. São interesses políticos de impossível conciliação.

Por essas, dificilmente, o governador João Azevedo terá como ficar no Cidadania.

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