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Josival Pereira

A Paraíba e seus municípios de maior porte (João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Bayuex, Cabedelo, Patos, Sousa e Cajazeiras, entre outros) precisam pôr as barbas de molho.

A razão não é outra: a gravidade da fase atual de expansão da pandemia. O vizinho Ceará foi obrigado a decretar um lockdown aproximado ao significado da expressão, que é um fechamento mais rigoroso de atividades. São Paulo adotou medidas mais restritivas nos últimos dias. Belo Horizonte vai apertar o fechamento e o Distrito Federal busca desesperadamente um alívio.

Não que o governo da Paraíba e alguns prefeitos estejam negligenciando. Ao contrário. O governo tem uma equipe de Saúde comprometida em conter o coronavírus e o governador se esforça para liderar as ações para controle da Covid-19, com apoio da maioria dos prefeitos.

O problema é que as medidas adotadas até aqui, embora mais restritivas nas últimas semanas, podem não ser suficientes. São as mesmas adotadas em praticamente todo o Brasil e, ao que tudo indica, não têm sido o bastante para segurar o vírus.

A situação da Paraíba já permite questionamento sobre a eficácia das medidas tidas como mais restritivas. Em 22 de fevereiro, quando os decretos foram editados, o Estado contava 213.227 casos da Covid-19. No mais recente boletim (12/03), são 235.619 casos. Todos os dias os boletins registram mais de mil novos casos. Era para estancar e nada estanca.

O sistema de saúde do Estado está recebendo entre 70 e 80 novas internações por dia. A taxa de ocupação de UTI é de 83%, com 93% na Região Metropolitana de João Pessoa, 91% no Sertão e 77% em Campina Grande. Em breve o estado vai atingir a marca de 5 mil mortos.

A encrenca é a seguinte: a pandemia se espalha mais rápido do que as medidas adotadas pela maioria dos Estados e Municípios, inclusive na Paraíba. Pode ser que por si só elas não sejam suficientes. Pode ser que a população esteja desmoralizando tudo. Pode ser que os gestores não estejam tendo a coragem nem a visão de fazer o que realmente deve ser feito.

Um lockdown verdadeiro de uma semana em Araraquara (SP), aquele primeira cidade que a saúde entrou em colapso nesta fase grave da pandemia, derrubou os índices de contaminação de 200/250 pessoas por dia para algo em torno de 60/80 casos. É fato para reflexão urgente.

Com as barbas ardendo no molho.

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