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Josival Pereira

Com atraso, governador e prefeitos da região metropolitana começaram a anunciar nesta segunda-feira uma série de medidas para tentar conter a pandemia.

Haverá fechamento de igrejas e das praias, toque de recolher a partir das 22h, restrições ao funcionamento de bares, restaurantes e escolas, entre outras medidas.

Poderiam ter vindo antes. Há quinze ou vinte dias, quando já havia indicativos de alastramento mais rápido do Covid-19. Poderia nem ter havido tanta abertura.

O problema é que, mesmo com o mundo tendo sido castigado por novas e fortes ondas de Covid desde outubro, havia uma campanha eleitoral no Brasil. E, para piorar, com grande parte dos candidatos a prefeito defendendo a liberação de atividades.

Foi o que ocorreu na região metropolitana de João Pessoa. A maioria dos eleitos prometeu não fechar nada e quase todos promoveram flexibilizações em janeiro.

Acompanhando reportagens e entrevistas da reunião do governador João Azevedo com prefeitos da Grande João Pessoa, foi possível perceber claramente que existem divergências entre um e outros. O Governo quer fechar mais, os prefeitos relutam.

O quadro da pandemia na região metropolitana é grave, muito grave. O índice de ocupação das UTIs está na casa dos 90% e ainda falta a entrada da onda do Carnaval.

Com índice um pouco menor, o Governo da Bahia decretou toque de recolher a partir das 20h, o atendimento presencial em bares e restaurantes só até as 18h, delivery de alimentos até 23h e encerramento do transporte metropolitano às 20h30.

Em Fortaleza, a ocupação de espaços públicos, como praças, “areninhas”, calçadões e praias, está proibida a partir das 17h e, além do toque de recolher de segunda a sexta, os bares e shoppings são obrigados a fechar às 15h aos domingos.

Por todos os anunciados, mesmo com a ameaça de colapso na saúde, as medidas por aqui serão mais brandas. Com um detalhe: há certa flexibilização para o dia e bastante rigor para a noite, como se a Covid-19 na Paraíba, ou no litoral, fosse notívaga.

Observando-se as divergências entre Governo e gestores municipais e, sabendo-se que o pano de fundo de tudo são, em grande parte, as promessas da disputa eleitoral, está na hora, então, de os senhores prefeitos se libertarem da campanha.

Não precisam se atormentar. Agora há motivo para a quebra da promessa: salvar vidas

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