A concordância do verbo ser não é de fácil manejo. Isso porque ele é diferente; transgressor. O verbo ser é aquele cara que vai à praia de paletó e a uma festa de formatura, de camisa regata.
Tudo começa logo pelo fato de que ele não obedece à regrageral da concordância verbal. Diz a regra:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito.
É errado escrever: Existiu muitas discussões naquela reunião.
O certo é: Existiram muitas discussões naquela reunião.
Parece uma dica banal, mas muita gente erra essa norma tão simples.
No caso do verbo ser, é diferente: nosso personagem ora concorda com o sujeito, ora com o predicativo, obedecendo-se a certas “preferências”, a saber:
Pessoa ganha de coisa:
O ser humano (pessoa) é cinzas (coisa).
Substantivo próprio ganha do comum:
Afinal, Putin (próprio) é muitos presidentes (comum)?
Concreto ganha do abstrato:
O filho (concreto) era as alegrias (abstrato) do pai.
Pronome pessoal ganha do substantivo:
O poeta (substantivo) aqui sou eu (pronome pessoal).
E pronome não pessoal perde para o substantivo:
Nem tudo (pronome não pessoal) são flores (substantivo) na vida.
Atenção:
Alguns gramáticos registram que, mesmo em autores clássicos, observa-se a variante: “Nem tudo é flores na Vida” (Gonçalves Dias), o que não significa dizer que ambas as formas estão corretas, como fazem, equivocadamente, alguns professores que interpretam errado o texto de tais gramáticas. Não vá nessa! Nos concursos, crave: Nem tudo são flores na vida. Essa é a construção correta, de acordo com a língua-padrão, exigida em certames.
Observação: No caso de empate, o verbo ser deve ir para o plural. Aliás, na dúvida, prefira o plural, porque este casa melhor com o verbo em questão.
Verbo ser e datas
Na indicação de datas, usaremos o seguinte critério:
Se não houver a palavra dia, o verbo concordará com o numeral da data; usando-se a palavra dia, o verbo ficará no singular.
Exemplos:
Hoje são 20.
Amanhã serão 21.
Ontem foram 19.
Hoje é primeiro.
Hoje é dia primeiro.
Hoje é dia 20.
Hoje são 20.