Moeda: Clima: Marés:
Início Colunas
Professor Trindade

Na Língua, há cartas construções que o povo não assimila. Há outras que fogem totalmente à realidade da linguagem do falante; de modo que não adianta insistir: jamais serão comumente usadas; e, por mais que a forma correta seja repetida, à exaustão, pelos professores, na sala de aula, as pessoas simplesmente ignoram; seja na escrita, seja oralmente. Relacionaremos, a seguir, algumas. Primeiramente, às que fogem à realidade da linguagem do falante; em segundo lugar, as que as pessoas erram e, por mais que se ensine o correto, os erros continuam a existir:

1º grupo – As que fogem à realidade da linguagem do falante

Regência do verbo preferir

Não adianta ficar insistindo, eternamente, que o certo é prefiro uma coisa A outra, porque as pessoas continuarão a dizer: Eu prefiro isso do que aquilo.

Concordância da forma passiva verbo transitivo direto + se

É raro encontrar (na linguagem oral, ou escrita): “Escolheram-se dois dos melhores candidatos”. 

Infelizmente, emprega-se a forma errada: “Escolheu-se dois dos melhores candidatos”.

Até mesmo em textos de teses de doutorado encontram-se, frequentemente, tais erros.

2º grupo – As que o povo não assimila:

SE NÃO/SENÃO 

Se não (= caso não); senão (= a não ser; mácula, defeito, falha): 

Ele apanharia bastante, se não ficasse calado. 

Ele nada fez, senão apanhar. 

Ele só tem um senão: é muito avarento. 

TODO/TODO O/TODA/TODA A

Todo equivale a qualquer; todo o equivale a inteiro

Todo o país sentiu a morte do famoso cantor (o país inteiro). 

Todo homem é mortal (qualquer homem).

VERBO HAVER, NO SENTIDO DE EXISTIR

No sentido de existir, o verbo haver só fica na terceira pessoa do singular; jamais em outra. É errado dizer: 

Houveram vários questionamentos na reunião.

O certo é: 

Houve vários questionamentos na reunião. 

Atenção!

Não estando no sentido de tempo, ou existência, o verbo haver flexiona normalmente: 

O juiz houve por bem diminuir a pena do réu. 

Os juízes houveram por bem diminuir a pena do réu. 

VERBO FAZER, no sentido de TEMPO 

No sentido de tempo, o verbo fazer só admite a terceira pessoa do singular. É errado dizer: 

Fazem dez anos da morte dela. 

O certo é: 

Faz dez anos da morte dela. 

VERBOS IMPESSOAIS + AUXILIARES 

Os verbos impessoais (verbos que não têm sujeito) transmitem a impessoalidade aos auxiliares. Você não deve dizer: 

Vão fazer dez anos da morte dela. 

E sim: 

Vai fazer dez anos da morte dela. 

Assim como não pode dizer: 

Devem haver razões para aquela atitude. 

Mas sim: 

Deve haver razões para aquela atitude. 

EM VEZ DE/AO INVÉS DE 

Em vez de significa em lugar de; ao invés de significa ao contrário

Em vez de colocar roupa na mala, ele colocou somente livros. 

Ao invés de chorar, a viúva estava era sorrindo!… 

É claro que há mais casos; no entanto, esses me parecem os mais graves. Para complementação do tema, consulte meu livro “A Língua no Bolso”, 3ª edição, editora Alumnus/Leya, 2016, que pode ser adquirido acessando-se: https://imponline.com.br/produto/a-lingua-no-bolso-3a-edicao/

publicidade
publicidade
© Copyright 2024. Portal Correio. Todos os direitos reservados.