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Josival Pereira

A cidade de Caucaia, a segunda maior da região metropolitana de Fortaleza, com aproximadamente 400 mil habitantes e uma área territorial 4 vezes maior do que a da Capital cearense (1.228 m²), inaugurou uma grande novidade no transporte coletivo nesta quarta-feira: o programa Bora de Graça.

Isso mesmo, com todas as letras. O prefeito local, Vitor Valim, instituiu o transporte público gratuito para todos, sem restrições, sem limites de passagens por dia, todos os dias.

Caucaia é a primeira cidade brasileira de maior porte a implantar a tarifa zero para o transporte de ônibus para seus moradores. A passagem custava R$3,50. Uma pequena cidade de São Paulo, Vargem Grande do Sul, com 24 mil habitantes, implantou a tarifa zero em novembro de 2019.

Os dois sistemas são diferentes. Em Vargem Grande, a Prefeitura faz locações diretas de ônibus e administra o sistema com a contribuição financeira de empresários através de taxas. Em Caucaia, a Prefeitura vai desembolsar R$25 milhões por ano para a contratação de empresas para fazer o transporte gratuito de passageiros. Recursos próprios.

O prefeito Vitor Valim destaca três benefícios da iniciativa: vai aumentar rapidamente a renda familiar da população entre 15% e 36%; reduzir o fluxo de veículos particulares em 40%, melhorando o meio ambiente da cidade e, no geral, vai melhorar a qualidade de vida dos moradores. Elenca-se ainda a melhoria na satisfação de trabalhadores e estudantes, entre outros efeitos positivos.

O que Caucaia está fazendo é novidade no Brasil, mas não é no mundo. Em Luxemburgo, o primeiro país a tomar a iniciativa, o transporte público é totalmente gratuito há quase dois anos. Existe uma onda de transporte coletivo gratuito em cidades da França. Em Paris, os menores de 18 anos não pagam transporte desde 2020. Tallinn, na Estônia, se transformou na primeira capital da Europa com transporte totalmente público. São muitos os exemplos.

Duas razões impulsionam essa onda de transporte gratuito na Europa: ajudar aos trabalhadores e jovens, além de reduzir a emissão de carbono para melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida de todos. Faz sentido.

O móvel geral é que se, a sociedade pode bancar parques, praças e diversos outros equipamentos para a satisfação de parte da população, pode também bancar o transporte público se isso vai resultar na melhoraria das condições de vida de todos.

Apesar de polêmica, a ideia é interessante. Vale discutir.

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