Há um grande sucesso gravado por Nélson Gonçalves, que termina com tal afirmação.
Toda vez que o escuto, lembro-me, intrigado, do número de pessoas que me consultam sobre o uso do que e do quem, na concordância verbal em que cada um deles é sujeito.
Se as pessoas se preocupassem menos com regras e mais com ler e ouvir boa música escutando, com atenção, a letra, entenderiam a aprenderiam, facilmente, Português.
É muito simples, conforme ensina a letra em questão:
Se o sujeito for quem, o verbo fica na terceira pessoa do singular:
Sou eu quem paga, hoje.
Outro exemplo:
“Eu sou o samba
Sou natural aqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem leva a alegria
Para milhões de corações brasileiros (…).”
Por isso, não me conformo quando ouço comentários do tipo (e são muitos!):
– Mas é estranho, não? Nunca ouvi ninguém falar assim.
Será possível que tais pessoas nunca tenham ouvido pelos menos uma dessas músicas? Ou esta, cantada por Paulo Sérgio, bem mais popular:
“Pois sou eu quem vai dizer
Eu não quero mais você
E a outra meu amor eu posso dar.” ?
Fica a interrogação.
CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO QUE
Com o sujeito que, a coisa é diferente:
O verbo concorda com o termo antecedente do que:
Exemplo:
Hoje, sou eu que pago a conta. (= eu pago).
Somos nós que pagamos a conta. (= nós pagamos).
NUNCA É DEMAIS LEMBRAR:
Se o pronome que é sujeito, o verbo concorda com o termo antecedente:
Sou eu que pago a conta.
Somos nós que pagamos a conta.
Se o pronome “quem” é sujeito, o verbo fica na terceira pessoa do singular:
Sou eu quem paga a conta.
Somos nós quem paga a conta.