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Lázaro Farias

Devo dizer que sempre me chama a atenção a quantidade de incoerências que se pode encontrar no Brasil. Tem para todos os gostos e assuntos, porém, dediquei aqui um pouco de tempo a observar a movimentação dos políticos, no troca troca de partidos.

O legislador brasileiro criou a fidelidade partidária, mas depois abriu uma “janela”, para não cumprir a regra que ele mesmo aprovou. São as contradições de um Brasil, onde o político legisla sobre as próprias normas que terá ou não que cumprir.

De acordo com o estabelecido na fidelidade partidária, o mandatário deve permanecer na legenda em que foi eleito, sendo fiel aos seus ideais. No entanto, o mesmo legislador criou a chamada janela partidária, que é um período de 30 dias em que os políticos ficam livres para pular de um partido para o outro, exatamente no ano eleitoral. A “fidelidade” se torna “infidelidade” legalizada.

Não podemos negar que a regra trouxe um avanço, tendo em vista que por um período de pouco mais de 3 anos, o político é “obrigado” a se manter filiado, já que muitos não respeitavam sequer esse intervalo. Porém essa contribuição é pequena, se comparada com o que acontece depois de cada triênio, um verdadeiro fuzuê, onde os políticos desprezam ideologias, bandeiras de luta, as questões da sociedade e focam tão somente na sua sobrevivência.

Um ponto importante para que talvez o Brasil conseguisse mudar essa realidade, seria diminuir para três a quantidade de partidos existentes. Uma legenda para cada campo ideológico, considerando a existência da direita, esquerda e do centro. Unificando as pautas e os pensamentos de cada agrupamento, mantendo assim, certa “coerência” dentro da atividade política. Mas até que isso se torne realidade, politicamente falando, sempre caberá na mesma frase as palavras fidelidade e traição.

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