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Josival Pereira

“Nos vemos em 2022”. Essa resposta do presidente Jair Bolsonaro a manifestantes que protestavam contra ele nesta quarta-feira no Congresso Nacional não é apenas mais uma de suas inamistosas reações. Significa mais: é a essência do que representa a eleição das Mesas da Câmara e do Senado, ocorrida no início da semana.

Não se imagine que Bolsonoro torrou emendas parlamentares, prometeu ministérios e comprometeu seu discurso em relação ao Centrão apenas para desalojar o deputado Rodrigo Maia da presidência da Câmara e gerar condições para aprovar reformas. Dobra-se o Congresso por menos e os dias vão contar sobre as reformas.

O cerne de tudo é a disputa presidencial no próximo ano (“Nos vemos em 2022”).

Bolsonaro jogou pesado para derrotar o primeiro embrião de aliança ampla entre setores da direita liberal, centro-direita e esquerda, costurado por Rodrigo Maia em torno da candidatura do deputado Baleia Rossi.

O presidente apostou suas fichas no jogo para desestruturar um ensaio de aglomerado partidário, que já começavam a chamar de direita democrática, e que se formava em torno do DEM e do PSDB para dar suporte à candidatura de João Dória à presidência.

O resultado foi que o projeto de ampla aliança foi triturado e o presidente Jair Bolsonaro acabou cooptando metade do DEM e do PSDB, além de atrair segmentos do centro mais moderado, que estavam ali se afastando do Planalto.

Em suma, o presidente Bosolnaro deu um bom passo em sua estratégia de reeditar o cenário de disputa radicalizada entre direita e esquerda, gerando a possibilidade de nova polarização direta com o PT. O cenário de seus sonhos.

Eis, pois, as razões do vale tudo dos últimos dias no Congresso e na política nacional: a Presidência da República. Foi uma pequena amostra do que será a disputa de 2022.

Deu Bolsonaro neste round. Com folga.

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