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Lázaro Farias

Nos últimos meses estamos acompanhando o esforço da Câmara Municipal de João Pessoa, na tentativa de reativar o funcionamento do Centro Histórico da Capital.

A agenda que é liderada pelo vereador Dinho Dowsley, tem como foco principal, manter e fortalecer o comércio na região. Mas as medidas necessárias para que isso aconteça, alcançam muito mais do que as atividades comerciais. E é exatamente nesse ponto, que se concentra o grande desafio.

Promover uma significativa transformação, na área que um dia, deu origem a nossa cidade, não é uma missão muito fácil, embora não seja impossível.

O fato é que para salvar o comércio existente naquela região e viabilizar a abertura de novos estabelecimentos, reduzir impostos, criar estacionamentos públicos e privados e viabilizar gratuidade das passagens de ônibus, para quem se dispuser a comprar no centro, é muito importante, mas não é o suficiente para solucionar a questão.

Afinal, os demais bairros de João Pessoa, estão completamente servidos por uma ampla rede comercial, capaz de suprir perfeitamente as demandas de suas comunidades.

Portanto, mesmo com todos os incentivos mencionados acima, imaginar que alguém sairá de sua localidade, para fazer compras na região central rotineiramente, com todo respeito, é sonhar além da realidade. E é claro, os vereadores sabem disso, por essa razão reconhecem a necessidade, da existência de um mercado consumidor próprio.

Ou seja, para salvaguardar o comércio é preciso atrair gente que aceite morar, trabalhar, buscar serviços públicos e consequentemente, comprar no centro da Capital de todos os paraibanos.

Mas, como buscar os serviços se eles não estão lá? E mais: Como residir numa área onde comprar, vender ou reformar um imóvel é tão burocrático? Nesse perspectiva, a grande urgência da prefeitura e do governo da Paraíba, é instalar uma fatia significativa das repartições públicas no centro, promovendo com isso, fluxo diário de pessoas, o que de certo, provocará o consumo, fortalecendo a economia.

O segundo questionamento, ( morar ), encontra uma serie de entraves, através de leis e regramentos, que tendem a proteger o patrimônio cultural. O que em certa medida é correto, do contrário vamos desoriginalizar o nosso contexto histórico, mas o problema no meu entendimento, consiste no exagero.

A pergunta central para os órgãos que criam essas regras é: Do que vale impedir as alterações de um imóvel, ao ponto de desestimular o interesse de um empresário ou possível morador, e a consequência disso, ser sua destruição ao longo do tempo? É bem isso que vemos hoje. Se trada de uma constatação. Equilibrar o desejo de inovar com o de preservar, parece ser o caminho mais adequado.

A luta é valida e está em andamento. Se será possível não sabemos, mas é certo que o esforço da câmara de enfrentar uma tema tão importante e difícil, tem seu mérito.

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