Muito se falou e se escreveu sobre a primeira visita do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à sua terra, a Paraíba.
Noticiou-se os esforços do ministro para explicar os problemas na aplicação da vacinação contra a Covid-19, atribuindo os problemas às dificuldades para compra dos imunizantes, e ainda sustentar a defesa do presidente Bolsonaro.
Mostrou-se também um ministro prestativo, anunciando recursos e benefícios para o estado e alguns municípios, e até à vontade no meio de políticos e da população, onde foi possível algum contato, como em Patos, local em que Queiroga chegou a aplicar vacinas.
Ocorre que a desenvoltura do ministro suscita outra leitura, a de que ele tem potencial para a disputa de cargos eletivos nas eleições do próximo ano.
Lógico que pode-se alegar que Marcelo Queiroga estava à vontade porque se encontrava em casa. Ora, se houver algum desdobramento da atuação profissional do ministro para o campo da política, o palco da ação será exatamente sua casa, o Estado da Paraíba.
Não será precipitado se cogitar de envolvimento do ministro Marcelo Queiroga na política?
Talvez não. Uma observação mais detalhada da atuação de Queiroga no Ministério da Saúde, incluindo sua passagem pela Paraíba, já é suficiente para a conclusão de que ele é político por natureza. Não teria topado assumir o cargo de ministro se fosse político.
Visto deste modo, ele está no jogo. Talvez até nem seja fora de propósito considerar que Queiroga já aninhe em seus sonhos o desejo de entrar para a política há algum tempo. Se assim for, o Ministério da Saúde será um excelente trampolim.
Além disso, tenha-se a certeza que, em algum momento, o presidente Jair Bolsonaro vai começar a montar o tabuleiro para a disputa da reeleição e precisará montar chapas competitivas nos estados. E o que dispõe na Paraíba? Um grupo forte em Campina Grande e nomes pulverizados na Capital. É pouco.
Assim, o nome de Marcelo pode se fazer necessário para a composição de uma chapa estadual, tanto podendo ser candidato a governador quanto a senador. Vai depender de sua atuação no Ministério da Saúde, mas lá ele pode se sair bem se a vacinação for destravada.
Bom não esquecer que, na Paraíba, a política é muito dinâmica e tem um vazio de nomes.