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Josival Pereira

Apesar da resistência dos segmentos que se convencionou denominar de negacionistas e de alguns setores econômicos, o certo é que a pandemia produziu mudanças significativas no jeito de se viver e se comportar em sociedade.

Certo é também que algumas dessas mudanças vieram para ficar, promovendo alterações mais profundas na sociedade.

No contexto das mudanças, uma questão tem sido bastante frequente: quais os impactos da pandemia no trânsito nas cidades? Existe alguma luz para o futuro deste que é um dos grandes problemas da modernidade?

A NZN Intelligence fez uma pesquisa para o Estadão (jornal O Estado de São Paulo) que revela números e situações interessantes.

O levantamento mostrou que 45,3% da população mudou a forma de se deslocar na pandemia. Para fugir das aglomerações, 40,2% aumentaram o uso do carro particular e os aplicativos ganharam alta de 12%. Mas é interessante observar que 21% se deslocaram mais a pé, 10,6% se renderam às bicicletas e 4,8% migraram para as motos.

Em João Pessoa, segundo estudo do Plano de Mobilidade, 29,9% da população se movimentam a pé ou de bicicleta.

Destaque-se ainda que 19,4% dos profissionais aderiram ao home office, que é uma forma de fugir do trânsito, especialmente nas grandes cidades.

E quais desses hábitos serão mantidos para depois da pandemia?

Em termos de mobilidade, a pesquisa indica que 32,3% pretendem andar mais a pé e 40,4% devem recorrer mais ao transporte de aplicativos por se sentirem mais seguros.

Percebe-se que andar a pé ou de bicicleta, que são alternativas recomendadas por especialistas como uma solução para o caos do trânsito, começa a aparecer como uma tendência da população. Grandes cidades da Europa e dos Estados estão aproveitando a pandemia para discutir projetos de micromobilidade (bicicletas e patinetes).

O problema é que, por aqui, além de não projetar nada de novo, o poder público não ajuda. A pesquisa da NZN Intelligence mostra que 36,22% da população urbana no Brasil dizem que as calçadas não são acessíveis, 33,60% reclamam da falta de ciclovias e 30,49% da escuridão nas ruas.

É triste constatar que existem soluções baratas, mas que o poder público não as enxerga.

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