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Josival Pereira

Quase sempre motivadora de dúvidas sobre o projeto político do PP para 2022, a senadora Daniella Ribeiro foi mais esclarecedora em entrevista ao programa Correio Debate (rádio 98.3 FM), nessa terça-feira.

Na verdade, a entrevista pode se constituir em divisor de águas na relação entre ela e o governador João Azevedo, mas, sobretudo, entre o PP e forças políticas que integram a base do governador, mas que, historicamente, são adversárias da família Ribeiro.

Durante a entrevista, Daniella deu declarações com teor para produzir três ou quatro manchetes políticas na Paraíba. Afirmou, com clareza, por exemplo, que não é candidata ao governo do Estado. Foi um dos destaques, exatamente um dia após blogs da Capital noticiarem que ela teria admitido mais uma vez ser candidata a governadora.

A senadora explicou que sempre deixava dúvidas sobre a possibilidade de se candidatar com o intuito de não antecipar a campanha para o Senado, que é o projeto do irmão Aguinaldo Ribeiro. O argumento não parece lá tão convincente, mas é um esclarecimento.

Aliás, Daniella fez questão de afirmar que a candidatura de Aguinaldo ao Senado é a prioridade do PP, não havendo outro plano político para as próximas eleições.

Até aqui já vão dois destaques da entrevista da senadora e que contém dois esclarecimentos a respeito de dúvidas que são frequentemente alimentadas pela imprensa em notícias a partir de declarações produzidas por ela desde a eleição em 2014.

Mas a parte da entrevista que mais chamou a atenção e agradou à cúpula do PP e aliados foi a declaração de Daniella de que sua relação com o governador João Azevedo “é melhor que as de aliados dele”, destacando que ajuda ao governo apresentando emendas, liberando recursos, votando em projetos e empréstimos em favor da Paraíba, enquanto alguns aliados atrapalham criando problemas, tentando desestabilizar o governo.

Mesmo sem mencionar nomes, a senadora deu pistas ao relacionar como problemas para o governador o lançamento de candidaturas e afirmar que MDB e PSDB vivem tomando café em Brasília. Não precisa desenhar: a candidatura a que se refere é a de Efraim Filho ao Senado e o cafezinho ocorreria entre Veneziano e o ex-senador Cássio, em Brasília.

Neste ponto, Daniella também tentou estabelecer outro divisor de águas. Internamente, o PP diz dispor de mapas que apontam grupos ligados a adversários da família Ribeiro dentro do governo como os maiores propagadores de notícias e notas sobre a suposta candidatura de Daniella ao governo do Estado. A ideia parece deixar claro que ela não é problema para o governo e que suas posições ou pretensões vinham sendo usadas para gerar dúvidas, transferindo culpa aos supostos adversários.

Mas Daniella ainda deixou uma resposta em branco e gerou nova dúvida. Perguntada se o projeto de Aguinaldo é ser candidato a senador na chapa do governador João Azevedo, disse que não sabia e, depois, transferiu a responsabilidade da resposta ao irmão.

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