Não, não pense o(a) leitor(a) que sou membro da Academia Paraibana de Letras, o que seria, obviamente, uma grande honra.
A razão do título é que estarei, pela segunda vez na vida, procedendo a uma palestra naquela Casa; desta feita, sobre a poesia do grande poeta Gonçalves Dias, cujo bicentenário de nascimento ocorre neste ano, já que nasceu em 1823, no Sítio Boa Vista, a 14 léguas da cidade de Caxias, Maranhão.
Tema da palestra:
“O Lirismo Autobiográfico e a Perfeição Rítmica em Gonçalves Dias”.
Sempre achei uma injustiça destacar o maranhense somente como poeta indianista, “o autor da Canção do exílio”. Ao se enfatizar apenas essa faceta da obra, coloca-se em segundo plano a poesia lírico-amorosa dele, uma das mais substanciais da nossa literatura.
Destaca-se, na lírica do poeta, aquele que foi considerado por Manuel Bandeira como sendo “o mais comovido e mais comovente poema de amor da literatura brasileira”: “Ainda uma Vez, Adeus!”.
Mas não vou me delongar sobre o assunto, sob pena de anteciparo que direi lá.
E na primeira vez que estive naquela Casa, falei sobre quem e quando foi?
Aconteceu em 1985. O título: “Augusto dos anjos, Breve Itinerário”. O presidente da Instituição, na época, era Luiz Augusto Crispim e o texto foi publicado como plaqueta (sim, o termo certo é plaqueta e não “plaquete”), na coleção “Literatura Viva”, editada pela própria Academia, em conjunto com a Secretaria de Educação do Estado da Paraíba e Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo.
Espero, portanto, todos lá, para conhecermos melhor Gonçalves Dias: vida, obra, lirismo e vituosidades da poesia dele.
Coincidências em relação aos Patronos e Acadêmicos da Academia Paraibana de Letras e eu
Há uma série de coincidências na minha vida, envolvendo nomes de Patronos e Acadêmicos. Vejamos:
1.Moro na rua Cônego Luiz Gonzaga de Oliveira, no Bairro dos Estados. O Cônego, que ingressou na Academia quando ainda era padre, ocupava a cadeira número 20, cujo Patrono é Joaquim da Silva.
2.Quando saí de Piancó, com cinco anos de idade, vim para João Pessoa morar na rua Alcides Bezerra, em Cruz das Armas. Ele é o Patrono da cadeira nº 5.
3. Após um curto período de 6 meses, minha família se mudou para Patos e fomos morar na rua Irineu Jóffily, Patrono da cadeira nº 18.
4. Em Patos, fiz a última série do primário grau (hoje, Ensino Fundamental I) no Grupo Escolar Coriolano de Medeiros, ocupante da cadeira nº 7, cujo Patrono é Artur Aquiles.
Roberto Carlos diria: “São tantas as emoções…”. Eu digo: “São tantas as coincidências…”.
Pronto-socorro da Língua:
O verbo ter, só admite acento na terceira pessoa do plural do presente do indicativo:
O ser humano tem inúmeros defeitos.
Os seres humanos têm inúmeros defeitos.
A regra se estende, evidentemente, aos derivados:
A embalagem contém material explosivo.
As embalagens contêm material explosivo.
A citação da semana:
“Meu Deus, porque que é que nesta terra
Pedem paz e fazem guerra
E fazem guerra pela paz.
Meu deus, porque é que os homens agem
Sempre em nome da coragem
E apunhalam só por trás…
Tanta gente com a reza na boca e o ódio no peito
Há cristão fazendo o malfeito com a bíblia na mão…” (Gordurinha).