O leitor querido certamente já deve ter ouvido aquela surrada mentira: “O aposto vem sempre entre vírgulas”.
Devido a essa mentira é que muita gente tem errado o uso do aposto; sobretudo o especificativo.
Na verdade, nem sempre o aposto vem entre vírgulas, havendo até aposto que não admite vírgula; é o caso do citado no parágrafo anterior (muito confundido com adjunto adnominal). O aposto especificativo não admite vírgula.
Observe os exemplos:
A cidade de Campina Grande é hospitaleira.
Meu primo Luís chegará de Patos, hoje.
Não poderá haver, por hipótese alguma, vírgula separando as expressões Campina Grande e Luís, porque são apostos especificativos.
E o que é aposto especificativo?
É aquele aposto que especifica uma espécie em relação ao gênero.
O aposto, esse desconhecido!…
Observe:
A cidade de Campina Grande é hospitaleira.
Estou falando de uma cidade específica: Campina Grande. (gênero: cidade; espécie: Campina Grande).
Meu primo Luís chegou hoje, de Patos (gênero: primo; espécie: Luís).
Detalhe interessante:
Muita gente confunde, no caso do exemplo de Campina, o aposto especificativo com adjunto adnominal.
Quando eu digo: “A cidade de campina Grande é hospitaleira”, estou especificando a cidade: Campina grande. Diferente de quando eu digo: “O povo de Campina Grande é hospitaleiro”. Aí, estou qualificando o povo; o povo campinense. Note que não posso dizer: “a cidade campinense é hospitaleira”.
No exemplo em que aparece Luís, temos algo interessante:
Se eu digo: “Meu primo Luís chegou, hoje, de Patos”, estou dizendo que um primo meu chamado Luis (há diversos primos; este, chama-se Luís) chegou.
Se eu colocasse uma vírgula e dissesse: “Meu primo, Luís, chegou de Patos”, estaria dizendo outra coisa: Estaria dizendo que só tenho um primo e que este primo se chama Luís.
Esse, aliás, é um erro muito repetido; principalmente em jornais.