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Josival Pereira

O presidente Jair Bolsonaro tem bases para uma boa briga pela presidência da República. O poder de mobilização do bolsonarismo pode não ser mais o mesmo do período em que disputou as eleições, em 2018, mas ainda tem massa.

Foi o que ficou demonstrado agora, no dia 1º de maio, nas manifestações nas grandes cidades. Os organizadores queriam 1 milhão de pessoas nas ruas. Era o sinal que Bolsonaro falava na semana passada. Houve frustração, mas a mobilização nas grandes cidades (São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis) não pode ser minimizada.

Manifestações de rua serão sempre condenadas pelo bom senso, que vai dizer que aglomerações neste momento em que o Brasil já tem mais de 400 mil mortes por Covid-19 e sem perspectiva à vista de controle da pandemia não deveriam ser realizadas. Na guerra política, no entanto, o bom senso não tem voz de comando.

Sobre os atos públicos, em análise mais aprofundada, pode-se alegar que um governante no cargo sempre terá forte poder de arregimentação e que era esperado mais.

Haverá quem avalie, também com fundamento, que forças políticas acossadas, como tem sido o caso do bolsonarismo, sempre reagem em manifestações de defesa, expressando-se, às vezes, com barulho maior do que o potencial verdadeiro.

O mais acertado, porém, é acreditar que, politicamente, o país continua dividido, muito dividido, e que um dos lotes desta divisão é liderada por Bolsonaro.

A política até parece ter mais força do que a gestão pública, porque é evidente que as ações do presidente em relação à pandemia não têm o apoio da maioria da população.

As pesquisas indicam que a maioria dos brasileiros também não aprova o jeito do presidente Jair Bolsonaro conduzir o país, mas o bolsonarismo continua com força nas ruas.

As manifestações do sábado só confirmam, então, que a tendência é mesmo de polarização entre o bolsonarismo e o PT de Lula, um jequi muito apartado no qual, lamentavelmente, o cidadão brasileiro terá que se submeter. Será muita sorte se surgir outra alternativa.

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