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Professor Trindade

Você já ouviu falar em plural de modéstia? Está um pouco fora de moda, mas existe; eu, por exemplo, uso sempre e, ao fazê-lo (geralmente, em sala de aula), percebo uma interrogação calada, no semblante dos alunos.

O que é plural de modéstia e qual a função?

Esse tipo de plural acontece quando você, mesmo se referindo à sua pessoa, usa o verbo no plural (pessoa nós). Por exemplo: o professor chega à sala de aula e diz: “Pessoal, nós faltamos ontem porque houve um problema grave a ser resolvido”. Esse tipo de construção, outrora muito usada por advogados, professores, na comunicação com um auditório, tem a finalidade de abrandar o discurso e fazer com que a pessoa não pareça pernóstica, antipática. Certamente, é bem mais agradável do que dizer: “Pessoal, eu faltei ontem porque (…)”. O uso da primeira pessoa do singular, nesse tipo de situação, geralmente soa antipático e agressivo.

É interessante notar que, sendo uma só pessoa que fala, é admissível colocar o pronome no plural, mas o predicativo no singular: “Nós chegamos atrasado porque (…)”. De minha parte, prefiro colocar o predicativo também no plural: “Nós chegamos atrasados porque (…)”.

Pronome de interesse

Construção bem mais popular, o pronome de interesse é bastante usado, sem que as pessoas saibam que ele existe. Acontece em construções como: “Não me atrase o pagamento do colégio de novo, por favor…”. Esse me não tem qualquer função sintática na frase, servindo, apenas, de ênfase. Note que é diferente de eu dizer: “Não me diga nada, por favor…”. Aqui, o pronome exerce a função de objeto indireto; a construção equivale a “Não diga nada a mim”.

Verbo vicário

Hoje é o dia das coisas “estranhas”, não, leitor? Já falei sobre isso noutras colunas, mas acontece que, recentemente, recebi “e-mail” de uma leitora que, entre outras indagações, perguntou-me o que era verbo vicário.

Verbo vicário é aquele que substitui toda uma construção verbal anterior, evitando a repetição. Por exemplo: “Devia ter entregado o trabalho, mas não o fiz”. O verbo fazer substitui, aí, o verbo entregar, ao mesmo tempo em que evita a repetição deste.

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