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Lázaro Farias

A operação “Livro Aberto” deflagrada pela Polícia Federal em João Pessoa e outras cidades, está relacionada diretamente com a Operação Calvário, que surgiu em 2019 e se arrasta até o presente momento.

No desdobramento atual, a suspeita é de que 4 milhões de reais foram desviados da área da educação, através de fralde de licitação e lavagem de dinheiro, destinados ao pagamento de propina para agentes públicos. Vale lembrar que em etapas passadas, foi apontada uma sangria de recursos públicos na área da saúde.

Dentro desse “novo” cenário, existem alguns pontos fundamentais do debate , para que possamos interpretar da maneira correta o que está em jogo.

O elemento corrupção está no topo dessa lista. Se tudo que foi apontado pelos investigadores, tanto no presente momento, como desde o início da investigação em 2019, for verdade, se trata de uma zombaria com o cidadão, contribuinte paraibano.

Roubar da saúde e da educação é uma monstruosidade impossível de ser medida. Se for provado, quem praticou não é apenas criminoso, é sociopata. Precisa ser recolhido do convívio social, sem data para retorno.

Outro ponto importante, é o quanto isso macula a atividade política. É bom lembrar, que em tese, foram parlamentares cobrando propina para ser base de um governo. Um descalabro, que deve ser combatido não apenas pela polícia e pela justiça, mas também pelos próprios políticos, que ainda apresentem uma reserva de decência e de moralidade.

Refiro-me a um tipo de assepsia política, para impedir a permanência e entrada de germes perigosos, que tornam a vida pública, aos olhos da população, algo indigno, desrespeitoso e sem credibilidade alguma. Uma realidade que não se pode negar.

E por fim, vamos falar de tempo. Lembrar para jamais esquecer, que se não avançar, a operação calvário vai prescrever. Não falta muito e se isso acontecer, provavelmente o trabalho competente de muita gente decente que investigou, estará praticamente perdido. E na mesma proporção, a impunidade para possíveis culpados, estará praticamente, assegurada. Possíveis inocentes, também estarão no prejuízo, já que suas biografias serão para sempre uma dúvida.

Será uma pena. A paraíba estará contribuindo para reforçar uma ideia formada, que prevalece no imaginário da nação, de que no Brasil o crime compensa. Espero que nossa história seja diferente e que através de um julgamento justo a verdade prevaleça. Os paraibanos não merecem menos que isso.

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