A questão sonda os rumos do desenvolvimento econômico e social do estado, planos estratégicos, ideias, possíveis projetos.
Impossível negar que a pandemia embaça horizontes, mas algumas nações encontraram luz na escuridão das catástrofes. Quem sabe não é a vez do Brasil e da Paraíba.
Revisitando o passado, base do presente e do futuro, é possível perceber claramente que na história mais recente da Paraíba foi o poder público quem propôs os principais planos de crescimento, sempre vinculados a programas de governo. Por isso, planos fragmentados.
Um problema é que desde o governo João Agripino, lá atrás, fim dos anos 60 e início da década de 70, que acreditou no asfaltamento da BR-230 até o Sertão e em investimentos da Sudene nos distritos industriais de Campina Grande e João Pessoa, invariavelmente, os gestores estaduais fizeram a mesma opção, acrescentando os planos hídricos.
Talvez apenas Ivan Bichara, depois de Agripino, tenha se preocupado com um planejamento estratégico mais elaborado e diversificado, com plano diretor estadual e planos diretores nas principais cidades, mas acabou não tendo continuidade.
Numa síntese rápida, a partir das eleições diretas, na década de 80, os governadores traçaram planos de desenvolvimento do estado com base em estradas e planos de construção de açudes e distribuição de água. Isso ocorreu com mais ênfase com Wilson Braga, José Maranhão e Ricardo Coutinho.
Deu certo? Cada um tentou e realizou, a Paraíba cresceu, mas não ganhou um desenvolvimento mais robusto que a fizesse superar os problemas sociais e se destacar na região. Outros estados do Nordeste se destacaram mais. A Paraíba, por exemplo, perdeu os investimentos da era Lula.
E agora? O que anda ocorrendo? Quase não existe debate sobre o tema desenvolvimento.
Existe uma pista do economista e professor Rômulo Polari, em artigo recente. Segundo ele, a Paraíba começa a viver uma fase na qual sua economia está baseada no setor produtivo, na iniciativa privada, e menos dependente do setor público, que entraria com planejamento, infraestrutura e incentivos.
Polari assegura que existem dois grandes projetos em andamento. Um de energias renováveis (eólica e solar), com a implantação de parques e usinas no interior, e investimentos de R$6,3 bilhões até 2022, e o Pólo Turístico do Cabo Branco, que teria empreendimentos de R$1 bilhão, entre outros que, ao todo, chegaria a R$ 8 bilhões. Isso impactaria o PIB da Paraíba em 8% sobre o de 2018.
Oxalá o professor Polari tenha razão. Mas tem uma coisa aí. Se isso tudo tiver acontecendo, por que não se divulga mais amplamente? Estranho.