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Gustavo Amorim

Vivemos em uma sociedade em que a rotina, a “falta de tempo” e a necessidade de produzir sempre nos fazem deixar de lado a preocupação em estabelecer vínculos positivos nos espaços sociais que ocupamos.  Desta forma, as carências que carregamos e aquelas das pessoas que deixamos de ter cuidado e atenção podem se manifestar de forma perigosa, pois o indivíduo carente pode aceitar ser mal tratado por pessoas abusivas para sentirem-se amadas e aceitas. Essas pessoas, mesmo compreendendo que o tipo de tratamento que recebem não é digno, tendem a buscar justificativa para as atitudes grosseiras dos outros.

Neste contexto, pessoas manipuladoras podem utilizar de palavras, gestos ou simulação de sentimentos para influenciar o outro de forma consciente com o objetivo de conseguir o que se deseja, e as pessoas carentes, devido sua condição de fragilidade emocional, podem ser mais facilmente manipuladas por essas pessoas.

É importante darmos a devida atenção às relações que estabelecemos ao longo da vida e ao que essas relações representam em nosso cotidiano e, consequentemente, aos impactos que elas trazem para a nossa saúde mental.

A manipulação emocional pode estar presente em qualquer modelo de relacionamento, seja ele interpessoal ou profissional. Ela pode se apresentar de maneira sutil ou explícita e, por isso, identificá-la em alguns casos pode ser mais delicada. O fato é que pessoas manipuladoras, ao utilizarem de aspectos vulneráveis de pessoas carentes, podem convencê-las a seguirem sobre seus objetivos, fazendo com que estas se sintam validadas não somente sobre suas realidades, mas também sobre suas ideações.

Pessoas manipuladoras usam as palavras certas para inverter o ônus da culpa, fazendo você acreditar que é o único responsável pela situação caótica do momento. Podem também utilizar a técnica do falso acolhimento, fazendo você sentir-se desamparado, para gerar um falso vínculo de confiança nelas.

O carente afetivo apresenta dificuldade para perceber as próprias qualidades ou se valorizar. Ele é o primeiro a apontar o que há de errado com ele, relembrar os seus fracassos e se colocar como a vítima dos acontecimentos, ficando sempre vulnerável aos manipuladores. Portanto, fortalecer a sua autoestima é o primeiro passo para estabelecer vínculos positivos com as pessoas com que se relaciona. Assim, tendo maior compreensão e aceitação sobre si, entendendo a origem de suas carências afetivas e estabelecendo relações positivas, é possível quebrar padrões comportamentais primitivos, impulsionando-se à autonomia e ao domínio de suas emoções, compreensão de ideias e ideais.


Gustavo Amorim

Psicólogo Clínico

CRP 13/9562

@gustavoamorimpsi

[email protected] (83) 9 9860-7789

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