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Professor Trindade

Quando se abre o Instagram, na sexta-feira, é quase impossível não se deparar com algum post que diz:

Sextou!

Tal “verbo” está se incorporando ao cotidiano, de tal modo, que já é comum aceitar-lhe o uso.

Mudanças na Língua, provenientes da pressão da linguagem popular, são bem-vindas, desde que não perniciosas, artificiais e não queiram modificar o alicerce do idioma, como é o caso dessa invenção de todes. Não vejo ninguém do povo falando todes; apenas os pseudointelectuais “ativistas” “de esquerda” e outras denominações que a cada dia aparecem.

De modo que parece que veio para ficar o verbo unipessoal sextar, na forma sextou, cujo uso está se ampliando para segundou, quintou, etc.

Observem, porém, leitores, que o “verbo” sextar só aparece na terceira pessoa (no caso, do singular), o que nos leva a classificá-lo como defectivo unipessoal.

O que que são verbos defectivos unipessoais?                                

São um tipo de verbo defectivo que só se conjuga na terceira pessoa do singular. Defectivos são verbos que têm algum defeito. Podem ser impessoais (sem sujeito) e pessoais (têm sujeito, mas só se conjugam na terceira pessoa ou não são conjugados em algumas pessoas). Quando o verbo só admite a terceira pessoa do singular, chamamos unipessoal; é o caso de germinar, ranger e agora… sextar!.

ATENÇÃO!

Os verbos defectivos impessoais e unipessoais deixam de ser defectivos quando empregados em sentido figurado:

Choveu bastante em João Pessoa, nesses últimos dias (sentido próprio).

Choveram reclamações no balcão daquela companhia de viagens (sentido figurado).

Leito(a)r querido(a):

Não vi ninguém, até agora, dizer domingou. Mas por que não fazê-lo, se existe sextou? Domingou, pessoal; vamos assistir àquele jogo e torcer bastante pelo nosso time.

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