Uma caravana de tucanos composta por deputados federais, inclusive o paraibano Pedro Cunha Lima, senadores e outras lideranças foi ao Rio Grande do Sul nessa quinta-feira (11) a pretexto de conhecer as ações do governador Eduardo Leite.
Era só pretexto mesmo. O objetivo era lançar Eduardo Leite como pré-candidato à Presidência da República. O governador topou e vai começar a rodar o país.
O governador Eduardo Leite é muito jovem (tem apenas 35 anos), bonitão, tem discurso fácil e envolvente, prega a sensatez e o diálogo na política e defende, em suma, que o Estado deve exercer efetivo papel de regulação e promoção social, mas com maior envolvimento da iniciativa privada para dar dinâmica à economia.
Eduardo Leite tem conseguido destaque porque equilibrou as finanças do Estado do Rio Grande do Sul, que estava há anos sem sequer pagar salários em dia dos servidores, e ainda desencadear uma série de boas ações governamentais.
Mas chamou a atenção pela meteórica ascensão política. Foi vereador e prefeito em Pelotas, um município que não costumava participar do núcleo do poder no Estado. Elegeu-se em 2012 prometendo não disputar a reeleição. Cumpriu. Em 2018 foi eleito governador disputando contra caciques do Estado. Também prometeu exercer apenas um mandato e, agora, já sonha com a Presidência.
Ao lançar o nome de Eduardo Leite, esse grande grupo de lideranças do PSDB sonha em construir uma candidatura de centro ou direita democrática, que possa quebrar a polarização do presidente Jair Bolsonaro com o PT.
A iniciativa, no entanto, excluiu o governador João Dória (SP) e o nome da simpatia do ex-presidente Fernando Henrique, que era Luciano Huck. Dória queimou-se por precipitar uma disputa interna no partido e, como paulista, não gozar da simpatia de políticos de outros Estados. Huck seria uma incógnita. Melhor um nome da política.
Difícil avaliar se a iniciativa tucana dará certo. A polarização direita (Bolsonaro) versus esquerda (PT) já está em campo. Por isso, Lula soltou a candidatura de Fernando Haddad. Mas, por outro lado, as pesquisas mostram que existe possibilidade de se quebrar a polarização. Tudo vai depender do desempenho do governador Eduardo Leite e da capacidade do PSDB de aglutinar forças do centro e da direita.
Novas fichas na mesa.