Muita gente me perguntando “para” qual time estou torcendo nesta final de Copa do Mundo… (No momento em que escrevo, a final ainda vai acontecer).
– E aí, está torcendo “para” a Argentina ou “para” a França?
Em tal contexto, não estou torcendo “para” nenhuma; e sim, pela Argentina; como poderia estar torcendo pela França.
Quem torce por um time não torce “para”; e sim por. E, caso esteja se referendo a um elemento masculino ou feminino, a preposição se junta a um artigo, devendo-se usar uma contração, o que resulta em pelo ou pela.
Então, deve-se dizer, por exemplo: Numa Copa do Mundo, normalmente o brasileiro torce pelo Brasil e o Argentino, pela Argentina.
Claro que você pode torcer para, se estiver torcendo, por exemplo, para não chegar atrasado em determinado local, uma vez tendo saído “em cima da hora” para o evento.
De modo que me dá “gastura” ouvir narradores esportivos dizerem que muitos brasileiros estão torcendo “para” a Argentina. As regras de regência nominal, assim como todas as normas da Língua-padrão, obedecem a um critério semântico.
Aproveito e coloco, aqui, a regência de alguns nomes:
Acostumado a, com Consideração com, por, de Junto a, de
Afeição a, por Contemporâneo a, de Ojeriza a, por
Alheio a, de, para, por Equivalente a, de Paralelo a
Antipatia a, por Fanático por Propenso a, para
Apto a, para Grato a, por Propício a, para
Ansioso de, para, por Impaciência com Residente em
Atencioso com Habituado a Solidário com
Atento a, em Imune a Vizinho a, de
Ávido por
Obs.:
Quando houver duas ou mais opções, deve-se obedecer ao critério semântico, conforme foi explicado no
Exemplo do verbo torcer.