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Josival Pereira

A disputa eleitoral nacional no próximo ano, mas que já ganha contornos agora, será polarizada entre direita e esquerda como em 2018 ou haverá possibilidade de quebra da polarização que marca a política brasileira desde 1992?

A história dos últimos 30 anos e os primeiros movimentos indicam que, dificilmente, o país escapará da clássica disputa tipo torcidas rivais de futebol.

O bolsonarismo sonha e trabalha para ter o PT como principal adversário e os petistas dormem e acordam torcendo pela revanche.

Um lado acha que todo o arcabouço do discurso de 2018 está vivo e que os temas mais conservadores e a corrupção aniquilam o PT. Já os petistas avaliam que o país conhece melhor Bolsonaro, sabe de seus defeitos, tem o desgaste da condução da pandemia e acreditam numa nova onda pró esquerda na América Latina.

O problema é que uma leitura mais acurada nas pesquisas indica que a população pode estar cansada dessa infindável polarização. Há como quê a formação de três correntes de opinião, embora exista muita fragmentação no seio delas.

As pesquisas (todas) apontam o presidente Bolsonaro liderando uma dessas correntes com intenção de voto perto dos 30%. A esquerda, constituída pelas intenções de voto em Lula ou Fernando Haddad, Ciro Gomes e Guilherme Boulos, também chega perto dos 30 pontos (27% ou 28%, mais ou menos). E a soma dos outros pré-candidatos (uns cinco: Moro, Huck, Dória, Mandetta, Amoêdo), que podem ser enquadrados como de direita liberal ou de centro, também beira os 30%.

O que impede a quebra da polarização tem sido a fragmentação entre as correntes de esquerda e da direita não radical. Na direita, falta uma liderança. Na esquerda, a liderança do PT sofre certa ameaça de Ciro Gomes e há uma radicalização na disputa.

Apesar dessa fragmentação, talvez pela forma explosiva no modo do presidente Bolsonaro fazer política e pelo próprio desejo da sociedade, não será impossível se imaginar a quebra da polarização na disputa política nacional em 2022. É o que as pesquisas sugerem.

Efeitos na Paraíba 1

Na formação dos polos de disputa nacional, o ex-prefeito Romero Rodrigues já está totalmente definido e deve puxar o grupo de Campina Grande (inclua-se aí a maior parte da família Cunha Lima) para a corrente liderada pelo presidente Bolsonaro.

Efeitos na Paraíba 2

Estabelecendo-se a polarização entre o bolsonarismo e o petismo, o governador João Azevedo certamente escolherá o polo de esquerda. Não havendo a polarização, terá problemas com o rumo de seu partido – o Cidadania-, que deve se escalar na direita.

Efeitos na Paraíba 3

Na verdade, o Cidadania está bem no centro de várias articulações. O ex-presidente Fernando Henrique, por exemplo, defende uma fusão de forças da social democracia e de centro em torno do Cidadania, com Luciano Huck como candidato a presidente.

Efeitos na Paraíba 4

Não se consumando a polarização entre bolsonarismo e petismo, o PT deve formar uma aliança mais progressista, com a provável candidatura de Fernando Haddad. Neste caso, o ex-prefeito Luciano Cartaxo pode a ser a opção para governador.

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