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Ivo Marques

Um projeto de lei está caminhando no Senado Federal e deverá ser aprovado em breve sobre a transformação dos clubes de futebol do País em empresas. O texto é de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – DEM-MG e tem como relator o senador Carlos Potinho, do PL-RJ. Caso aprovado, os clubes se tornarão uma SAF – Sociedade Anônima do Futebol, com capital aberto ou fechado e com uma tributação pequena, apenas de 5 por cento. Hoje, os clubes são associacões sem fins lucrativos.

Se não é ainda uma coisa semelhante ao que tem hoje a Europa, pelo menos trata-se de um avanço considerável e capaz de evitar a falência de grandes clubes do futebol brasileiro. A dívida dos clubes das Séries A e B do Brasil já soma mais de 8 bilhões de reais e clubes de massa como Cruzeiro, Botafogo e Vasco etc estão mendigando. Com a lei, estes clubes terão incentivos fiscais e poderão criar formas de captação de recursos no mercado financeiro.

Alguns dos grandes clubes do futebol mundial já são empresas S/A com movimentação até nas bolsas de valores e são administrados por bilionários grupos econômicos, que fazem gestões altamente lucrativas e formam elencos recheados de craques de todo o planeta. Não é atoa que quando querem compram nossos futuros craques com facilidade, alguns desses garotos não chegam nem a fazer sucesso no profissional e já vão embora, nos privando de vê-los em ação nos clubes que os revelaram.

Com esta lei, o futebol brasileiro poderá mudar da água para o vinho e até passar a ser páreo para os clubes europeus, como foi no passado, mesmo o Brasil não sendo tão rico quanto os países europeus.Teríamos condições de segurar mais os nossos craques, ou vendê-los por muito mais dinheiro. Poderíamos também investir mais na formação de craques, na base do futebol.

A forma amadora que os clubes brasileiros são administrados por cartola, e que tanto prejuízo trouxe aos clubes de massa do País, se tornaria coisa do passado. A lei nem está em vigor ainda e já começamos a ter exemplos de clubes brasileiros que saíram do anonimato para hoje integrarem a nata do futebol nacional, graças ao investimento de grupos econômicos. Vou citar apenas 2 aqui, para o torcedor comprovar o que estou dizendo. O Red Bull Bragantino, que desde que foi comprado pela indústria de energético, que também já possui um clube na Alemanha e outro na Áustria, passou a ser outro. O Bragantino de Bragança Paulista, interior de São Paulo, era apenas um clube modesto e em apenas 2 anos passou a ser da elite do futebol nacional. Fez uma excelente campanha na Série A do ano passado, e vem bem no paulista, com condições de disputar título com os chamados grandes do futebol do Estado, como Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos. Outro exemplo é o Cuiabá, que saiu da Série D e chegou à Série A deste ano.

Se essa lei não for aprovada logo, em pouco tempo podemos dizer que estes clubes empresas vão disputar títulos nacionais, contra os grandes clubes de massa do País, detentores de milhões de torcedores. Tomara que essa lei passe logo e quem sabe poderemos sonhar em ver um Treze, um Botafogo ou um Campinense, times de massa da Paraíba, transformados em clubes empresas, se tornando uma verdadeira fábrica de grandes jogadores e com uma receita suficiente para contratar jogadores de alto nível.

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