Confesse, leitor: de vez em quando, você “tropeça” no emprego desse vocábulo; ou, se não tropeça, perde um tempinho hesitando, não?
Para eliminar dúvida e hesitação, vamos orientá-lo nesse sentido:
1.Usa-se por que (separado e sem acento):
a) Nas frases interrogativas, diretas ou indiretas, no início ou meio da frase:
Por que ela não veio? (interrogativa direta).
Não sei por que ela não veio. (interrogativa indireta).
No segundo caso (interrogativa indireta), para você perceber qual é o porquê basta colocar, depois dele, a palavra motivo. Se der certo, será por que (separado e sem acento).
Ex.: Não sei por que (motivo) ela saiu tão chateada.
Não é fácil?
b) Quando o porquê for substituível por pelo qual e flexões.
Exemplo: Os motivos por que (pelos quais) vou embora, não te direi.
2.Usa-se por quê (separado e com acento) em finais de frases, sejam elas interrogativas, ou não:
• Amo-te, nem eu mesmo sei por quê. (interrogativa indireta).
• Por que me abandonaste? Por quê? (Interrogativa direta).
• Amo-te e vou te dizer por quê. (afirmativa).
3.Usa-se o porquê (junto e com acento) quando ele for substantivo. Nesse caso, virá, obrigatoriamente, acompanhado do artigo o. Será, portanto, o porquê.
Uma fórmula para perceber o porquê substantivo é substituí-lo pela palavra motivo. Se der certo, será porquê (junto e com acento).
Ex.: Não sei o porquê de teres ido embora.
(motivo)
4.Usa-se porque (junto e sem acento) nos casos não citados anteriormente, em frases afirmativas que indiquem causa ou explicação.
Exemplos:
Não vá à festa, porque haverá briga (explicação).
Não vou à festa porque estou doente (causa).
Observação:
Esse porque (junto e sem acento) equivale a pois.