Confian?a abalada

Inquietante o resultado da pesquisa que avaliou a confiança dos brasileiros nas instituições, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O primeiro lugar ficou com as Forças Armadas e no último, partidos políticos.

O ranking da confiança tem 11 instituições. Em ordem decrescente, temos as Forças Armadas (68%), Igreja católica (55%), Ministério Público (48%), imprensa escrita (43%), grandes empresas (40%), Polícia (33%), Poder Judiciário (32%), emissoras de TV (32%), governo federal (31%), Congresso (17%) e partidos (6%).

Que os políticos estão desgastados e desacreditados, não é novidade. mas grave mesmo é só 32% responderem que confiam no Poder Judiciário(menos que os 33% da Polícia), a quem cabe promover a justiça, resolvendo os conflitos e punindo em defesa da sociedade.

E as consequências dessa realidade foram avaliadas no mesmo estudo. 81% dos brasileiros concordaram com a afirmação de que é fácil desobedecer às leis no país. Mesmo percentual dos que escolheram ‘dar um jeitinho’ como primeira opção. E para não deixar dúvidas, 57% responderam que “há poucos motivos para seguir as leis do Brasil”.

Os números merecem reflexão. O Ministério Público tem o terceiro lugar em confiança. Certamente pesou a atuação contra a corrupção que sangra os cofres públicos, e que tem como exemplo mais recente o caso da Petrobrás. Com uma dezena de delações premiadas em andamento, o MPF espera recuperar R$ 500 milhões desviados da empresa.

Os políticos estão na vitrine, e para o bem ou para o mal, são exemplos para o país. Os escândalos de- vem justificar porque o governo federal tem menos da metade da confiança depositada nas Forças Armadas; o Congresso, apenas 25%; e os partidos, meros 8,82%.

Mais do que de reforma política, precisamos de políticos com valores admirados pela sociedade e atitudes que gerem confiança.Para 2015, os eleitores renovaram 43,5% da Câmara Federal. Dos 513 deputados, 290 foram reeleitos, 198 nunca exerceram mandatos e 25 estão voltando ao parlamento. Que façam por merecer os votos que receberam.