Moeda: Clima: Marés:
Início Vídeos

Paraibana transforma sequelas de acidente em história de superação

Um acidente, três meses dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e dois anos depois a superação que se reflete na ajuda a quem não consegue viver com traumas de uma violência no trânsito. A história que você vai conhecer agora é protagonizada pela jovem Rayanna Karla do Nascimento. Pronta para casa, ela viu sua vida tomar um rumo inesperado após um grave acidente.

No dia 30 de agosto de 2015, Rayanna se preparava para tirar suas fotos do casamento, saiu de Guarabira com seu noivo em direção a Alagoinha, no Brejo do estado, foram de moto.

“A gente se preparou muito para esse ensaio e eu me lembro que passaram vários domingos e eu adiava o ensaio, porém chegou nesse dia e decidimos ir, me maquiei e me arrumei e marcamos de ir para essa fazenda com intuito de realizarmos o ensaio. Nunca tínhamos andado sem capacete, mas nesse dia eu não usei, pois ia desarrumar meu cabelo”, disse Rayanna.

Faltavam apenas 15 dias para o casamento, porém as fotos não foram reveladas. Um acidente marcou de vez a história do casal.

“Fomos até a fazenda, fizemos o ensaio com a fotógrafa, era um dia muito esperado, pois íamos firmar nosso relacionamento de 6 anos. Fizemos o ensaio e chegou a hora de ir embora. Até que nós convidamos nossa fotógrafa a ir na nossa mesma foto. Quando chegamos na pista, a única imagem que me lembro era um carro vindo em nossa direção, um carro vermelho. Só lembrei da pancada nas minhas costas”, disse.

“O motorista estava embriagado, vinha de uma vaquejada, mas ele me arrastou por 60 metros até o carro dele estancar. Ele saiu do carro correndo, e o pneu estava em cima do meu rosto. Meu noivo tentou de várias maneiras me ajudar, mas o povo não deixou mexerem no meu corpo”, relatou.

Rayanna teve lesões graves em todo o corpo, passou 13 dias em coma e quase três meses na UTI. A recuperação foi dolorosa e lenta.

“De três em três dias eu ia pra João Pessoa fazer os curativos das duas pernas, do braço e da parte esquerda da face. Fiquei com a orelha pendurada e tomava anestesias de três em três dias. Até que o médico disse que eu não agüentaria fazer os curativos em João Pessoa, que teria que fazê-los em casa. Era muita dor, eu gritava, chorava…”, disse emocionada.

O apoio em casa foi essencial dentro de casa.

“Ninguém acreditava. A enfermeira chamou a minha tia e perguntou se ela tinha religião, então minha tia disse que sim, daí a enfermeira falou pra ela orar muito, pois minha situação era muito difícil. Eu sou a prova viva de uma oração. A região toda orou por mim, mas o pior já passou, agora só a recuperação, com muita fé que tudo vai dar certo, com muita fé”, disse.

O que para muitos pode ser uma história triste demais para ser contada, fez Rayanna encontrar um propósito para tudo que aconteceu. Ela começou a postar em suas redes sociais fotos desde que saiu da UTI e começou a recuperação. Essas postagens ajudaram pessoas que ela nem conhecia, de vários estados do Brasil.

“Eu recebi um depoimento de uma seguidora que teve paralisia facial, e o sorriso dela é toro, igual ao meu. Ela nunca tinha tirado uma foto sorrindo, então eu mandei meu testemunho para ela, e ela tirou uma foto sorrindo e me mandou”, comentou.

Aos poucos Rayanna tenta voltar ao ritmo que tinha antes. Ela ainda tem dificuldades para andar e fazer tarefas consideradas simples, mas aproveita o tempo para ler e pensar no futuro.

“Eu sempre tive essa vontade de ajudar as pessoas, até que aconteceu isso. Por isso que eu sempre digo que a vida não é por acaso. Hoje eu consigo ajudar as pessoas por meio das redes sociais, coisa que eu nunca imaginei em fazer com outra pessoa”, disse.

publicidade
© Copyright 2024. Portal Correio. Todos os direitos reservados.