Pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), será feriado em todo o país. A data faz alusão ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, um dos símbolos de resistência contra a escravização no Brasil. Com a sanção da Lei nº 14.759, em dezembro de 2023, a data foi inserida no calendário oficial. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.
A data comemorativa foi criada com a sanção da Lei nº 12.519, em 2011, mas o texto não previa o dia como feriado nacional.
Antes da lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, apenas os estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro consideravam a data como feriado estadual.
Zumbi foi o último líder de Palmares, uma comunidade de africanos escravizados que fugiram das fazendas coloniais e criaram um refúgio de liberdade e autossuficiência no Brasil.
Nascido em Alagoas, ele foi capturado quando criança e entregue a um homem que o ensinou português e latim. Aos 15 anos, Zumbi fugiu e voltou para o quilombo.
Em 1678, ele recusou uma proposta de paz que exigia a submissão de Palmares ao domínio colonial, preferindo seguir lutando pela liberdade, o que o colocou na liderança do Quilombo dos Palmares.
Em 1694, o Quilombo foi atacado por uma tropa organizada pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Zumbi conseguiu fugir, mas foi traído por um antigo companheiro e entregue às tropas do bandeirante.
O líder quilombola foi degolado aos 40 anos, em 20 de novembro de 1695. Desde então, se tornou um ícone fundamental na construção da consciência negra no Brasil.
A comemoração também traz uma reflexão sobre a importância do combate ao racismo e da promoção da igualdade social. Para o professor de história da Blue School de Brasília Wesley Carvalho, a conquista da oficialização da data como feriado nacional vai além de ser apenas um dia de descanso.
“O impacto desse feriado é profundo, pois reforça a necessidade de colocar o debate racial em evidência em todos os espaços, sejam eles educacionais, políticos ou culturais. Agora, as escolas e instituições têm uma oportunidade única de incluir discussões sobre a história e a contribuição da população negra na formação do Brasil”, afirmou.
O especialista ainda destacou que o feriado cria um espaço para ampliar o debate e a conscientização das pessoas sobre o impacto do racismo no Brasil.
“Alguns podem argumentar que um feriado por si só não resolve o problema — e é verdade, ele não resolve o racismo de uma vez por todas. Mas, ao criar esse espaço de reflexão, o feriado abre portas para que a sociedade se mobilize e se engaje na luta por igualdade”, pontuou Carvalho.
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