Áudios com conversas entre os secretários estaduais, Waldson de Souza e Gilberto Carneiro e uma terceira pessoa, que provavelmente seria um empresário, foram vazados relatando uma suposta negociação de licitação para a Secretaria de Saúde da Paraíba. No material que será investigado criminalmente pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), é possível ouvir uma suposta conversa entre Waldson e Gilberto combinando uma forma de superfaturar a licitação.
Escute um dos áudios com a conversa entre os secretários Waldson de Souza e Gilberto Carneiro.
Um suposto esquema de financiamento de campanhas políticas está sendo apurado pelo Ministério Público, que deflagrou no início do mês a segunda fase da Operação Calvário. Investigações dão conta do envolvimento de agentes públicos do Governo do Estado e membros de uma organização social que gerencia hospitais na Paraíba.
Em um dos trechos da gravação, os envolvidos estariam conversando sobre uma forma de beneficiar o suposto empresário na licitação, evitando a concorrência de outras empresas.
Durante a conversa o então secretário de Saúde, Waldson Souza, chega a dizer ao procurador Gilberto Carneiro que a licitação que estaria sendo discutida iria chamar muita a atenção.
Em outra parte da conversa o procurador Gilberto Carneiro faz um alerta para que as supostas negociações não sejam enviadas via e-mail, e sugere que o material seja entregue em um pendrive.
Desde o início da manhã, a reportagem do Portal Correio tenta ouvir os secretários Waldson de Souza, Livânia Farias e Gilberto Carneiro, mas até o fechamento desta matéria os auxiliares do governo estadual não atenderam às ligações.
A segunda etapa da Operação Calvário, que apura desvios públicos na Saúde em instituições vinculadas à Cruz Vermelha na Paraíba, foi deflagrada no dia 1º deste mês pelo Ministério Público do Estado. Dessa, secretários do governo estão na mira das investigações.
Waldson de Souza (secretário de Planejamento) e Livânia Farias (secretária de Administração) foram alvos de busca e apreensão no dia 1º, além de Analuisa de Assis Ramalho. Já os mandados de prisão preventiva são contra o empresário Daniel Gomes da Silva, Michele Louzada Cardoso e Leandro Nunes de Azevedo.
O Governo do Estado divulgou, em nota, que está aberto às investigações, alegando ter sempre “adotado medidas de proteção com relação aos recursos públicos e, como prova disso, decretou a intervenção nos hospitais comandados pela Cruz Vermelha na Paraíba na semana passada”.