Corinthians sobe de patamar com novas contratações, mas futebol ainda segue devendo

O Corinthians desfrutou de uma janela de contratações de meio do ano incrivelmente proveitosa em 2021. Mas, ainda que a qualidade do elenco tenha melhorado de forma significativa e as cotações dos site de apostas apontem que as chances do clube ser vitorioso cresceram, os resultados e o desempenho em campo ainda não são o que a torcida espera.

Nomes como Willian, que atuou por muitos anos no Chelsea da Inglaterra, e o meio-campo Renato Augusto, convocado para a Seleção Brasileira na Copa de 2018, retornaram ao clube. O timão ainda adicionou o meio-campo Giuliano e o atacante Róger Guedes, tidos pela imprensa especializada como determinantes em qualquer equipe do futebol brasileiro, ao seu elenco.

Tudo isso em negociações chamadas “a custo zero”. Como os quatro reforços estavam sem contrato, o Corinthians não precisou pagar milhões para adquiri-los de outros clubes, algo especialmente importante para o clube, já que o momento financeiro não é dos melhores há anos, com as dívidas alcançando a casa dos bilhões.

A mudança de patamar do elenco fez com que o Corinthians fosse de candidato a ser rebaixado, para alguns, para um time com total capacidade de acabar o campeonato nas primeiras posições. Ainda que lutar pelo título brasileiro seja um objetivo longe de ser alcançado, também porque as contratações chegaram com o torneio já em andamento, conseguir uma vaga direta para a próxima Libertadores virou o grande foco da temporada e objeto de desejo da torcida alvi-negra.

Mas resultados recentes como três empates seguidos contra Juventude, Atlético Goianiense e América-MG, clubes que costumam figurar na parte de baixo da tabela, fizeram grande parte da torcida questionar se Sylvinho é o nome certo para comandar o time. O atual treinador, que em seus tempos de jogador conquistou diversos títulos como lateral esquerdo do Corinthians, tem enfrentado pressão e até pedidos de demissão públicos vindos da principal torcida do clube.

Enquanto muitos já se questionavam se Sylvinho deveria seguir comandando a recém-qualificada equipe corintiana, a derrota por 1×0 para o rival São Paulo, que vinha de má fase, e um empate concedido nos momentos finais da partida contra o Internacional, deixaram o clima de desconfiança acerca do técnico ainda pior.

O presidente do clube, Duílio Monteiro Alves, no entanto, declarou recentemente que confia no trabalho do treinador para o restante da temporada. A não ser que os resultados piorem muito, o ex-jogador de Barcelona e Manchester City deve permanecer, portanto, no comando do clube heptacampeão brasileiro.

Eliminado precocemente dos torneios de mata-mata em que participou na temporada, saindo da copa sul-americana ainda na fase de grupos e da Copa do Brasil na terceira fase, a questão do momento no Corinthians, então, é como o clube pode de fato conseguir terminar a temporada numa posição que garanta vaga direta para a próxima edição do principal torneio continental da América do Sul, a Copa Libertadores de 2022. E nisso os jovens podem ajudar.

Nomes como os pontas Adson e Gabriel Pereira ganharam muita força na equipe recentemente, desfrutando de boas atuações com dribles, criações de jogadas e muita velocidade pelos lados do campo. O meio-campo Vitinho e os volantes Du Queiroz e Roni também vem ganhando mais chances, oferecendo boas opções de elenco ao time. O zagueiro João Victor, que tem sido titular com frequência, também faz parte da lista de jovens talentos corintianos.

Somados a nomes já consagrados como o goleiro Cássio, o lateral direito Fagner, o zagueiro Gil, o lateral esquerdo Fábio Santos e o atacante Jô, todos com espaço nas galerias de ídolos do clube, o material humano está presente. Ainda que distante de clubes como Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, que atualmente dominam o futebol brasileiro, o Corinthians tem tudo para iniciar a temporada do ano que vem com pretensões muito diferentes das que começou 2021.

O elenco que era visto como limitado e que poderia até amargar o risco de cair para a segunda divisão do campeonato brasileiro, virou, com a ascensão de jovens talentos e a contratação de jogadores consagrados, um dos melhores do País. A mudança de patamar, ainda que extremamente bem-vinda pela torcida, veio tarde para pensar em conquistas em 2021. Mas não há motivo para duvidar do potencial da equipe de comemorar pelo menos um título no ano que vem. Para tal, porém, primeiro a equipe precisa demonstrar em campo que realmente deva ser tratada como um time capaz de apresentar um grande futebol, algo que no momento parece longe de acontecer.