Cerca de 50 milhões de raios incidem por ano em todo o Brasil. No verão, a chegada de nuvens carregadas em locais quentes, como o Sertão paraibano, aumenta a probabilidade de descargas elétricas. Este ano, a Paraíba já registrou uma morte após queda de raio no município de Massaranduba, na região do Agreste. A cidade nem está entre as mais propensas à queda de raios. A concentração por quilômetro quadrado é de mais ou menos um raio a cada quatro anos. No entanto, é preciso estar alerta ao que fazer caso o fenômeno ocorra.
De acordo com o pesquisador Marcelo Saba, do Centro de Ciências de Sistemas Terrestres do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), há mais possibilidade de quedas de raios em períodos chuvosos com mais calor. “Geralmente, as tempestades acontecem em períodos chuvosos de mais calor, mais convecção, formação de nuvens grandes. Quando uma pessoa disser que a nuvem esta escura, é bom ter cuidado. O momento que se escuta o trovão é um alerta que a nuvem está carregada eletricamente, e nesse momento é possível haver um raios”, afirma.
Ao contrário do que se imagina, os raios não surgem de chuvas recorrentes. “Não acontecem em chuvas contínuas de longo prazo. Os raios estão em nuvens que surgem abruptamente. No verão, geralmente no fim de tarde. Em épocas de muitas nuvens, época mais quente e úmida é necessário ficar de olho no tipo de nuvem que se forma”, explica.
Por ser um país grande, localizado numa região quente e úmida, próximo aos trópicos, o Brasil é considerado um local de grande incidência de raios. São cerca de 50 milhões por ano. Mas afinal como eles se formam? “A formação do raio é sempre na nuvem que vai se eletrificando e o raio ocorre na natureza quando há separação de cargas. Alguns deles, não são a maioria, vêm para o solo e podem descarregar em pessoas, causar queimaduras e até paradas cardiorrespiratórias. A potência é bem alta, pois é muita energia em pouco tempo, mas não é o suficiente para iluminar uma casa por muito tempo e é difícil de capturar uma energia dessas”, define Saba.
* Renata Fabrício, do Jornal CORREIO