Crise e alto custo afastam consumidor dos cinemas

Milhões de pessoas por todo o mundo gostam de acompanhar o Oscar para torcer por seu filme favorito. Até dia 4 de março, dia do maior evento da cinematografia mundial, os cinéfilos de todos os cantos tentarão assistir ao máximo de obras para avaliar qual merece a estatueta. Na Paraíba não será diferente. A crise econômica e o alto custo fazem com que muitos não possam assistir na telona os indicados.

Com isso, a população recorre aos produtos piratas, que estão conseguindo cópias até mesmo antes dos cinemas. Tudo pela bagatela de R$ 2 ou menos. “A Forma da Água”, que lidera a lista com 13 indicações e que estreia no Brasil nesta quinta-feira (1º), já pode ser comprado por R$ 1,66 se for adquirido com mais outros dois filmes, na ‘promoção’ três por R$ 5.

Até mesmo as redes sabem que, com a crise econômica que atingiu o Brasil nos últimos dois anos, a população ainda sofre com a recessão e não pode bancar seu lazer com tanta facilidade. Tanto que algumas delas estão fazendo promoções de 50% de desconto em alguns dias da semana, para atrair um público maior. Porém nem assim, se consegue pagar menos de R$ 12, o que para a população com renda menor ainda fica custoso, ainda mais se a pessoa for acompanhada e for adquirir a tradicional pipoca.

Um ingresso inteiro na semana custa mais de R$ 20. Aos finais de semana se aproximam dos R$ 30, o que fica inviável para grande parte dos paraibanos. Com R$ 20, nos ambulantes, é possível adquirir dez ou até 12 filmes. Antigamente a prática era combatida, a Receita Federal mesmo realizava muitas apreensões, já que esse comércio é ilegal e não gera impostos para o governo, porém com o tempo virou caso de polícia e de direitos autorais, mas a atividade parou de ser combatida, tanto que surgiram os Centros Populares de Comércio onde a atividade é livre.

Atualmente, existem cinco filmes que concorrem ao Oscar em cartaz, enquanto nos ambulantes é possível achar mais de dez obras.

*Érico Fabres, do Jornal Correio da Paraíba.