Mesmo que a chance de sucesso fosse uma em um milhão, Cássio Cunha Lima (PSDB) não escaparia de ações de impugnação de candidatura. Líder nas pesquisas que aferem intenções de voto, dono do maior tempo de guia eleitoral e com apoio do maior número de partidos, é concorrente contra o qual vale explorar qualquer possibilidade.
Assim, até amanhã, quando termina o prazo para impugnações de candidaturas (cinco dias a contar da publicação dos editais pelo TRE), mais ações vão questionar sua elegibilidade por conta da cassação de mandato que sofreu em 2009, quando era governador e foi condenado no que ficou conhecido como ‘Caso FAC’.
Além da petição do cidadão Demócrito Medeiros de Oliveira, já tramitando junto ao pedido de registro de Cássio, é certa a impugnação pelo PSB, que estaria sendo finalizada pelo advogado Erick Wilson Pereira, famoso eleitoralista do Rio Grande do Norte.
Não se discutiria a elegibilidade de Cássio se em 2010 não tivesse sido editada a Lei da Ficha Limpa, que definiu o prazo de oito anos de impedimento para os condenados por colegiados. Essa será a primeira vez que será aplicada em eleição geral e não existe nada que garanta que ele pode ou não pode ser candidato. Vai depender da interpretação dos ministros do TSE sobre o início da contagem dos oito anos – no caso do tucano, se será a partir do 1º turno, ou 2º turno, quando foi eleito.
Será uma aposta. Mas, estrategicamente, é recurso que nenhum adversário dispensaria, principalmente contra quem tem chances de ganhar no 1º turno, como é o caso de Cássio, considerando a última pesquisa do Instituto Souza Lopes.
Contudo, se a intenção for apenas disseminar insegurança na validade do voto no candidato, é bom lembrar que não deu certo em 2010, quando Cássio enfrentou o mesmo debate e terminou como o mais votado para o Senado, superando o 2º colocado, Vital do Rêgo, em 134.682 votos.
Pedro, o filho de Cássio, que também é advogado, mostra tranquilidade em relação ao direito do pai. Para ele, “tapetão não cola mais”. Mas que as ações incomodam, não dá para negar. E isso já agrada os adversários.