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Desfalques não abalam confiança de Zé Roberto na Seleção

Um debate entre quatro técnicos de importantes modalidades do esporte nacional revelou como está a preparação e o que podemos esperar do desempenho do Brasil na Olimpíada de Tóquio (Japão), adiada para o ano que vem. O encontro virtual, promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) por meio de live (transmissão ao vivo), realizada na noite da quarta-feira (24), reuniu os técnicos Zé Roberto Guimarães (vôlei feminino), Fernando Possenti (maratonas aquáticas), Ney Wilson (judô) e Sérgio Santos (Triathlon).

Seleção feminina de vôlei

Único tricampeão olímpico brasileiro, Zé Roberto ressaltou uma preocupação a mais causada pelo adiamento dos Jogos de Tóquio em 2021. O desejo de duas importantes jogadoras se tornarem mães nesse período. O comandante não revelou os nomes das atletas. “É um assunto sério. Muita gente fala que o adiamento é de apenas um ano. Mas o ciclo olímpico é de quatro anos, e  elas já tinham se programado com antecedência. Não sei se teremos algumas baixas. Estamos conversando. Não é uma decisão fácil. As atletas, nessa faixa etária de 32, 33 anos, começam a pensar cada vez mais em constituir uma família. E é claro que a gente respeita demais esse lado das jogadoras”, disse Zé Roberto.

Ele falou também sobre o grupo que a equipe brasileira terá pela frente na fase inicial dos Jogos de Tóquio, que inclui Japão, Sérvia, Coreia do Sul, República Dominicana e Quênia. “Sempre gostei de cair em grupos fortes. Sendo testado desde o princípio, você tem a certeza de que está preparado. E teremos pela frente também o Japão e a Coreia, equipes asiáticas que sempre trazem muitas dificuldades para o nosso time. Isso nos força a ter um ritmo de jogo diferente. Nós não somos a melhor equipe, mas estamos na briga. China, Sérvia e Estados Unidos estão na nossa frente. Brigamos em igualdade com a Itália e também com essas outras três”, previu Zé Roberto.

Maratona Aquática

Fernando Possenti, o técnico da equipe nacional de maratonas aquáticas, que tem como o grande nome a pentacampeã mundial Ana Marcela Cunha, lamentou o longo período que os atletas têm passado longe da água em virtude da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Não tem como. Ela [a água] é fundamental no nosso esporte. Mas procuramos tirar algo bom desse período e buscar soluções”, afirmou.  Uma delas foi o equipamento VASA, fornecido pelo COB, que ajuda o atleta a simular a natação mesmo sem o contato com a água. “Esse aparelho tem adaptações de elásticos e variações de tração, intensidade e potência. Podemos fazer séries diferentes”, explicou.

A modalidade também é uma das únicas na qual a aplicação de força é feita na horizontal e não na vertical. “Buscamos resolver [isso] com essa tecnologia. O COB nos ajudou muito. São soluções criativas para que eles pudessem estar executando, pelo menos, o gesto motor”.

O técnico lembrou também que nesse último ciclo a equipe optou por competir o máximo possível. “Tivemos uma rotina muito puxada de viagens e competições. Mas foi essa a estratégia. Queríamos testar e conhecer os adversários na prática. E agora estamos aproveitando esse período para evoluir na parte técnica”.

Triathlon

O experiente Sérgio Santos, diretor técnico da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri) tem quatro Olimpíadas na carreira, sendo duas por Portugal e duas pelo Brasil. Ele considerou que esse ano a mais, até os Jogos de Tóquio, será positivo. A modalidade olímpica consiste de três provas: 1,5 quilômetro de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida. “O Brasil tem um time muito jovem. Esses meses trarão mais maturidade e experiência para eles. Um ano para treinar e crescer. Isso, com certeza, irá beneficiá-los. A modalidade é de resistência, geralmente o ápice do atleta chega depois dos 20 [anos]. Para muitos deles, até acima dos 30. O adiamento vai ser positivo”, acredita.

Judô

O gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira da modalidade (CBJ), Ney Wilson, destacou a importância da seleção estar prestes a viajar para Portugal para uma etapa de treinos, a primeira depois da pandemia do novo coronavírus. “O atleta precisa do adversário. O impacto para os nossos atletas só não foi maior porque praticamente todo mundo parou. Apenas o Uzbequistão não teve paralisação nenhuma. Alemanha é o mais avançado da Europa. A França está muito parecida com o Brasil. E Portugal está retomando agora com testagem de todos os atletas”, detatalhou Wilson.

O dirigente informou também que a CBJ, em conjunto com a Federação Portuguesa, está fazendo o planejamento da ida da delegação brasileira para o país ibérico. “A ideia é dividir com eles os protocolos e necessidades. Vamos dividir os trabalhos em micro treinamentos. Os nossos atletas estão há bastante tempo sem os movimentos específicos do judô. Por isso, temos que retomar com cautela”, completou.

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