O futebol é um dos poucos esportes em que o mais fraco pode vencer o mais forte. A jurisprudência futebolística está cheia de exemplos do gênero. Na maioria das vezes, porém, o inusitado não ocorre nas quatro linhas. É quando, enfim, dá a lógica.
Vence quem mais planejou; quem mais investiu; quem mais treinou; quem mais inovou; quem melhor estava preparado para a disputa.
Deu a lógica na Copa do Mundo de Futebol.
E é fácil prevê o futuro dentro de uma lógica. Aliás, ser vidente no futebol brasileiro é tarefa das mais simplórias.
Por isso é que eu, mesmo sem grande know how no assunto, me aventurei a antecipar em 25 de dezembro de 2011 (leia abaixo) o que estava “escrito” no futuro da seleção canarinha.
Claro que não sabia que a Alemanha seria campeã. Mas intuía fortemente que o time do Brasil, ancorado no talento isolado de Neymar, e sem planejar o conjunto de sua equipe, dificilmente faria bonito na copa doméstica.
E o que assistimos foi ainda mais vexatório, pífio e humilhante do que prevíamos.
Mas não poderíamos ter colhido safra melhor de tão desastrosa semeadura.
Quando se pratica um esporte coletivo, quem vence é o conjunto. O comandante até pode receber o troféu, mas sabe-se que aquela vitória foi fruto do trabalho de equipe.
Nas sete partidas que disputou, a Seleção Brasileira jamais atuou em equipe. E quando sua tábua de salvação foi levado pela astúcia maldosa do adversário colombiano, a equipe naufragou.
Se aqui fosse o Japão, o técnico Felipe Scolari teria praticado o harakiri por impor a nação tamanha vergonha. Porém, brasileiro dos mais arrogantes, ele sequer pediu desculpas.
Restou aos brasileiros, sempre tão apaixonados por sua seleção, enfrentar (e sozinhos) a humilhação perante quatro bilhões de pessoas, testemunhas de nosso fracasso.
Também sofri. E há mais tempo. Pois eu (e o texto abaixo não me deixa mentir), realmente já sabia.