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Digitaliza??o compuls?ria

Não sou nenhum ser pré-histórico. Mesmo tendo nascido e me educado em um período em que telefone era artigo de luxo e televisão sequer existia, procuro sempre me manter atualizado – embora saiba a distância quilométrica que me separa dos meus filhos e netos dentro da ambiência virtual.

A despeito da minha busca – favorecida por uma educação que está no nível de exceção – entendo que esse processo de digitalização/ informatização da vida beira a uma violação dos direitos do cidadão.

Especialmente em um País tão marcado pelos contrastes.

O Brasil já exibe, de fato, grupos com nível de digitalização equivalente ao que se vê nos países mais avançados do ponto de vista tecnológico.

Mas esta não é, como disse, uma característica homogênea. Em paralelo, subsistem bolsões de “analfabetos” digitais – gente que não tem acesso ou aptidão. E que, a despeito disso, precisa lidar com um fenômeno irreversível: toda sua vida atrelada aos espaços cibernéticos.

Com acesso ou não; com capacidade ou não; com ou sem condições financeiras e educacionais, precisa migrar para o ambiente digital quando necessita emitir uma certidão, declarar imposto de renda, se inscrever em um concurso, abrir uma conta bancária, operar um cartão de crédito…

E por aí vai.

Nada escapa da rede.

Mas como exigir que todos balancem nos complexos aparatos digitais?

A digitalização compulsória, criada dentro dos gabinetes luxuosos de Brasília, criou uma ilha da fantasia.

Aliás, só por ser compulsória já é condenável.

O brasileiro precisa ter o direito de escolher em que mundo deseja se movimentar. Precisa, pelo menos, ter suas limitações respeitadas e previstas pelas mentes pensantes desse cibernético Brasil.

Do jeito que está sendo imposta, cria uma verdadeira aberração que não respeita nossas singularidades sociais, financeiras nem educacionais.

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