Diretores de grandes estúdios de animação do Brasil comentaram sobre as dificuldades de produzir esse tipo de conteúdo no país, durante palestra realizada no terceiro dia de eventos do Minas Gerais Audiovisual 2018, em Belo Horizonte. O Portal Correio traz cobertura exclusiva do evento para a Paraíba. Para Aline Belli, diretora do Belli Studio, a maior dificuldade enfrentada pelos brasileiros é a viabilização de recursos, que muitas vezes vêm de empresas estrangeiras, já que o apoio governamental é reduzido.
O Studio Belli está no mercado há mais de 15 anos e tem como ‘carros-chefes’ as animações ‘Boris e Rufus’ e ‘Tuca e o mestre Cuca’, que são veiculados em vários canais de TV fechados e são sucessos de audiência. Além desses trabalhos, o estúdio ainda produz o ‘Rock Paulerinha’, que conta com músicas infantis tocadas em ritmo de rock.
Aline ainda apontou algumas dificuldades enfrentadas pelo estúdio para viabilizar projetos. “Muitas vezes fechamos com televisões que topam veicular nossos produtos, mas ainda não temos o financiamento para produzir. Então essa viabilização financeira é a maior dificuldade. Depois que o conteúdo vai ao ar, enfrentamos o desafio da formação do público, fazer com que o produto seja auto sustentável e que possamos produzir mais episódios”, comentou a animadoras.
Todavia, mesmo com as dificuldades, Aline relata que a experiência de ver seu conteúdo nas telas faz valer a pena todos os desafios. “Sentimos muito orgulho de levar esse tempero brasileiro para todo o mundo. Hoje em dia os pais estão muito preocupados com o que as crianças consomem na internet, então temos essa responsabilidade de produzir algo que seja benéfico”, disse.
Confira um teaser de um dos episódios da animação ‘Boris e Rufus’:
Uma das séries de animação mais reproduzidas e assistidas de todo o mundo tem origem canarinha. A animação ‘Meu Amigãozão’, produzida pelo 2D Lab, foi desenvolvida em parceria do estúdio brasilerio em parceria com uma produtora canadense. Atualmente, a animação que relata a vida de crianças e seus amigos imaginários é veiculada em todos os continentes do planeta.
Para Andrés Lieban, diretor-executivo da 2D Lab, mais do que o sucesso financeiro, o ‘salário moral’ recebido com o sucesso da série é o que lhe faz ter forças para seguir produzindo. “A série apresenta ferramentas para as crianças lidarem com seus problemas. Fortalecem habilidades através de amigos imaginários, que são uma parte deles mesmos que se manifesta”, explicou.
Andrés ainda relata a satisfação de produzir este tipo de conteúdo. “O retorno das crianças é mais significativo que prêmios e audiência. Isso toca. Estamos há oito anos no ar e brigando de igual para igual com animações estrangeiras, líder de audiência em todas as exibições. Isso é sinal que estamos passando uma mensagem global”, disse Lieban.
Confira um episódio da animação ‘Meu Amigãozão’: