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Prefeitura barra distribuição de sopas para moradores de rua

“Não vamos deixar de alimentar os moradores de rua, porque, na verdade, era para a Prefeitura de João Pessoa fazer o que a gente faz”. A fala em tom de indignação é de Massilon da Silva Ramos, coordenador da pastoral da pessoa em situação de rua da Arquidiocese da Paraíba. A declaração foi dada após a PMJP interromper, na noite dessa segunda-feira (4), a distribuição de sopas à população de rua, organizada pela pastoral da Catedral de Nossa Senhora das Neves.

Conforme relatado ao Portal Correio, Massilon disse que o grupo da segunda-feira, denominado ‘Pastoral da Solidariedade’, foi surpreendido pela Guarda Municipal de João Pessoa, pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb) no momento da ação social. Os órgãos teriam proibido a distribuição da sopa com uma corda de isolamento, alegando que “ia limpar a praça”.

O coordenador informou que acionou, nesta terça (5), o Ministério Público da Paraíba e a Câmara Municipal de João Pessoa para que a ação, que há mais de 15 anos ocorre na Grande João Pessoa, possa continuar sendo feita.

PMJP

Em nota, a Prefeitura de João Pessoa alegou que “a recomendação foi feita excepcionalmente na última segunda-feira, no momento da distribuição da sopa”, e “restringiu-se apenas à Praça João Pessoa, espaço onde foi realizada uma Operação da Guarda Municipal e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), depois de recorrentes denúncias de vandalismo, tráfico de drogas e de exploração sexual”.

No local, segundo a prefeitura, foram encontradas armas brancas, objetos perfurantes e fogareiros que poderiam colocar em risco a integridade de quem circula na área. A administração reforçou ainda o “apoio às medidas que fortalecem a segurança alimentar de pessoas em situação em vulnerabilidade social, a exemplo da distribuição de sopas realizada por grupos como a Pastoral da Solidariedade da Arquidiocese e de iniciativas municipais como as cozinhas comunitárias e os restaurantes populares”.

“A política de assistência social da Capital dispõe de 10 casas de acolhida (para adultos, idosos, famílias, inclusiva e para crianças e adolescentes). As pessoas em situação de rua têm acesso ao Centro Pop – onde podem comer, tomar banho e participar de atividades de reinserção e retomada dos vínculos familiares -, além do Serviço Especializado em Abordagem Social (Ruartes), que também prestam atendimento às pessoas em condição de vulnerabilidade social”, finalizou a nota.

Reunião nesta sexta (8)

A Prefeitura de João Pessoa ainda informou que, em função das denúncias recebidas e do material apreendido, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) se reúne com a Pastoral, nesta sexta-feira (8), para definir um novo espaço de doação, “suspendendo apenas a Praça João Pessoa como ponto de distribuição. As demais áreas de entrega de sopa – como o entorno da Caixa Econômica Federal, Praça Dom Adauto e Rodoviária -, permanecem liberadas para a ação dos grupos da Igreja”.

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