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Dnit sorrindo

O Brasil enfrenta um momento de extrema gravidade. E a confluência de problemas forma a tal tempestade perfeita tão difícil de enfrentar.

A sucessão de fatos – a todo instante, a toda hora – aterroriza a população. Abalando a confiança daqueles que não podem perder o otimismo – entre os quais me incluo na condição de empreendedor.

O mais grave que se desenha nesse cenário é que não se assiste, de parte alguma, esforço plural e coletivo na direção de nossa recuperação econômica.

Não se percebe em qualquer nível (federal, estadual, municipal) a consciência de que a fonte de pagamento de todas as contas da nação é o combalido contribuinte – o cidadão que precisa ter, como contrapartida, pelo menos a sensação de que está em curso uma conjunção de esforços para restaurar o equilíbrio perdido.

Para piorar o que já é ruim, nos deparamos com um poder público aparentemente alheio a realidade econômica adversa, tolhendo os esforços que a classe empresarial empreende para encontrar, por conta própria, a luz no fim desse túnel de instabilidades.

Cito um caso específico que ilustra à perfeição como um órgão público pode atrapalhar a vida de uma empresa – mesmo em tempos de desemprego recorde.

Essa história é protagonizada por um grupo empresarial local, que decidiu abrir um negócio às margens da BR 230, em Intermares, embalado pela percepção de crescimento da região.

Nascia ali o San Patrick, um empório com estoque amplo e refinado, em um terreno localizado em frente a um acesso da rodovia.

Primeiro eles instalaram uma placa sinalizadora. Em menos de 24 horas, porém, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte providenciou sua remoção.

Ato contínuo, o Dnit também determinou o fechamento do acesso (com histórico de acidentes zero). Jogando, ali, uma pá de cal sobre a possibilidade de sucesso do empreendimento.

O grupo, cerceado em sua missão comercial, vendeu o local para uma tradicional e empreendedora família paraibana. O Bless foi aberto com a mesma proposta.

Mas nem o nome abençoado resistiu ao cerco do Dnit.

Depois de sucessivas tentativas de reabrir o acesso bloqueado – absolutamente estratégico para um comércio que sobrevive da compra de impulso, dependente de acesso livre para quem transita na rodovia – o Bless também foi fechado. E assim está até hoje, sem gerar renda nem empregos.

A realidade – difícil de encarar, mas absolutamente comprovada no nosso dia a dia empresarial – é que os órgãos públicos despejam sobre nossos ombros um pacote sortido de burocracias; colocam em nosso caminho todo tipo de barreiras e nos convencem de que entabulam perseguição explícita aos empreendedores .

E estão tendo – admito, consternado – absoluto sucesso nesse intento nefasto.

Não sem ironia – óbvio – dou meus parabéns ao Dnit pela destruição de dois sonhos empresariais – o San Patrick e o Bless.

Minhas congratulações por fomentar o desemprego num país de desempregados.

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