Olhar os bastidores da vida dos ídolos não é algo que surge na era do Instagram e os documentários estão aí para reiterar essa afirmativa. Dois deles que entram no circuito paraibano a partir desta quinta-feira (18) mergulham na vida ou em momentos pontuais de duas figuras imensas do imaginário popular brasileiro: o humorista Mussum e a cantora Maria Bethânia. As exibições acontecem no Cine Bangüê.
Em Mussum — Um Filme do Cacildis, a diretora Susanna Lira opta por nos apresentar Antônio Carlos Bernardes, a pessoa por trás do personagem Mussum, evidenciando alguns trechos de sua biografia desconhecidos por uma geração que chegou a ter acesso ao seu trabalho no programa humorístico Os Trapalhões, mas que não está inteirada de eventos importantes de sua vida.
Obviamente sua trajetória na comédia é abordada, inclusive ressaltando sua contribuição para a visibilidade negra na televisão, feito poucas vezes lembrado. Outro fator que as gerações mais jovens podem não saber é sua carreira musical igualmente bem-sucedida, no grupo Os Originais do Samba, um dos mais importantes do gênero.
Elementos de sua vida pessoal também estão presentes na costura feita por Susanna, como a relação com a mãe, dona Malvina, e a paternidade, com filhos gerados em vários casamentos. A narração do filme é realizada por Lázaro Ramos.
Fevereiros, por sua vez, também não é uma biografia de Maria Bethânia. Ele faz um recorte bastante específico de um momento importante na carreira da Abelha Rainha. No Carnaval de 2016, ela saiu em plena Sapucaí, homenageada pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira com o samba-enredo Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá, com a escola se tornando campeã naquele ano. No entanto, o documentário de Marcio Debellian não se resume a documentar esse acontecimento.
O atraso na finalização do projeto, na verdade, ajudou a torná-lo algo maior do que o inicialmente previsto. No clima de euforia que a vitória da Mangueira causou, Debellian fez uma primeira montagem, mas não ficou satisfeito com o resultado. No mesmo ano, fez mais entrevistas, como a do irmão de Bethânia, Caetano Veloso, e com o historiador Luiz Antônio Simas. A ideia era resgatar a memória dos carnavais da infância da artista, desde Santo Amaro, e da própria constituição da festa ao longo dos anos no país.
A entrevista com a própria Bethânia que aparece no documentário só foi realizada um ano depois, em fevereiro de 2017. Só depois disso é que o diretor, enfim, concluiu a montagem e apresentou a obra pela primeira vez no Festival do Rio daquele ano.
O lançamento em 2019 no circuito comercial banha a obra de outras camadas de interpretação, já que o documentário também traz com bastante evidência o sincretismo religioso, tanto de Bethânia quanto da própria festa do Carnaval, uma discussão interessante em tempo de intolerância.
Chloe Grace Moretz interpreta a personagem-título, uma jovem submetida a um tratamento de “cura gay”. A diretora, Desiree Akhavan, é atriz e criadora da série The Bisexual. Estreia hoje em João Pessoa.
Integrando o universo derivado dos filmes Invocação do Mal (2013) e Annabelle (2014). Aqui, uma assistente social enfrenta uma assombração em busca dos filhos. Estreia hoje em João Pessoa e Campina Grande.
Um filme sobre um dicionário? Trabalhando na primeira edição do Dicionário Oxford, professor (Mel Gibson) recebe uma contribuição inesperada de um preso de uma instituição para doentes mentais (Sean Penn). Estreia hoje em João Pessoa.
Keanu Reeves é um cientista obcecado em trazer de volta sua família que morreu num acidente, através de clonagem. O filme foi rodado em 2016, mas só lançado este ano. Estreia hoje em João Pessoa.
Essa produção espanhola estreia aproveitando o gancho da Semana Santa e contando mais uma vez a história de Cristo. O brasileiro Sérgio Marone interpreta Pilatos. Estreia hoje em João Pessoa.
Co-produção entre Brasil, Colômbia e França, mostra mãe e dois filhos que se refugiam dos cnflitos armados na Colômbia na fronteira com Brasil e Peru. Lá, encontram o pai, que tinha desaparecido. Estreia sábado em João Pessoa.
*Texto de André Luiz Maia, do jornal CORREIO