O dono da loja que vendeu os fogos de artifício a Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), Fernando Barramansa, disse em entrevista à RECORD que se Francisco tivesse usado o material comprado na loja “a tragédia teria sido maior“. Isso porque, segundo ele, o que o ex-candidato a vereador comprou estava intacto dentro do carro. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.
“Ela vai uma distância de 50 metros, e onde ela bate abre uma distância de 20 metros para cada lado. Então com certeza, se ele tivesse alcançado o objetivo dele, a tragédia teria sido maior. Mas graças a Deus isso não aconteceu”, afirmou. “Aquela imagem que vi do carro dele, o produto que vendi para ele estava intacto. Agora outra coisa que vi, ele jogando bomba lá na estátua, aquilo ali eu não sei onde ele arrumou. A nossa explodiu lá no carro”, completou.
Fernando ainda relatou que Francisco já foi definido com o que queria comprar. É tanto que ele foi à loja duas vezes. Na primeira, os produtos que ele queria a loja não tinha disponível, por isso, ele fez uma encomenda e voltou no outro dia para buscar. Ao todo, Francisco gastou R$ 1,5 mil em produtos.
“Ele esteve na nossa loja no dia 5, às 11h da manhã. Comprou uma peça mais simples, de menos potencialidade, e depois voltou às 14h. Acho que ele percebeu que aquela não seria o ideal para o tipo de coisa que ele ia fazer. Ele voltou, e encomendou essa maior, essa outra maior a gente não tem disponibilidade dela na loja porque ela é um produto mais sofisticado, então eu combinei com ele de pegar no outro dia. E ele compareceu no outro dia e fez a compra também”, explicou.
Nesta sexta-feira (15), Fernando prestou depoimento à Polícia Federal. Segundo ele, a iniciativa de procurar os investigadores partiu dele. “Os produtos que nós vendemos realmente estão dentro da norma do governo do DF, de baixo ruído, dentro da lei. Então não temos nada a temer”, disse.
Francisco Wanderley Luiz usou os fogos de artifício para fabricar explosivos caseiros usados na quarta-feira (13) em duas explosões. A primeira do carro dele, que estava estacionado próximo ao anexo 4 da Câmara dos Deputados, e a segunda em frente ao STF. Ele morreu no atentado.
Fernando Barramansa disse que a atitude de Francisco indicou que parecia “que ele estava sabendo que ia morrer”, já que ele “não colocou resistência em se identificar”. O DF tem uma legislação que estabelece várias normas para comercialização e para soltar fogos de artifício. Segundo Fernando, ele cumpre todas as regras, inclusive de repassar para a Polícia Civil os nomes de quem comprou produtos na loja.
“Os fogos são feitos para gerar alegria. Agora, se você pegar os fogos e quiser fazer maldade com ele, você vai fazer. Em princípio, os fogos não têm poder de grande destruição. Os fogos são feitos para você comemorar a sua festa. Um aniversário, um casamento. Não é para fins de machucar outra pessoa”, disse.
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