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Elefante das orelhas imensas, Dumbo volta aos cinemas

O pequeno elefante de orelhas imensas está de volta às telonas. Os cinemas da Paraíba recebem nesta quinta-feira (28) a estreia de ‘Dumbo’, a mais nova live-action de clássicos da Disney, que já teve outras adaptações como ‘Cinderela’, ‘Mogli – O menino lobo’ e ‘A Bela e a Fera’. Ainda irão estrear neste ano ‘Aladdin’ e ‘O Rei Leão’.

‘Dumbo’ se passa em 1919, após a 1ª Guerra Mundial. Holt Farrier, interpretado por Colin Farrell, é uma ex-estrela de circo que, ao retornar da Guerra, encontra o mundo virado de cabeça para baixo. Além de perder um braço no front, a esposa dele faleceu enquanto estava fora e ele agora precisa criar os dois filhos. Soma-se a isso o fato de ter perdido o antigo posto no circo, sendo agora o encarregado em cuidar de uma elefanta que está prestes a parir. Quando o bebê nasce, todos ficam surpresos com o tamanho das orelhas, o que faz com que, de início, seja desprezado. Cabe então aos filhos de Holt a tarefa de cuidar do pequenino, até que eles descobrem que as imensas orelhas permitem que Dumbo voe.

O filme tem como diretor o excêntrico Tim Burton que, como uma das principais características, gosta de criar uma atmosfera bem própria. E isso não falta em no mais novo longa. A alusão à Disney é clara, mas a crítica ao sistema lucrativo da empresa é algo raramente visto em um filme da própria Disney.

“Tenho escrito no meu cartão de visitas: ‘Manchando o nome da Disney desde 1980’”, diverte-se o diretor Tim Burton, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, lembrando dos altos e baixos que passa com o estúdio do Mickey desde quando era um jovem animador . Ele foi demitido por ser sombrio demais.

“Não tinha percebido que ‘Dumbo’ era minha história dentro da Disney. Um menino estranho e deslocado que vai trabalhar para uma grande companhia. Sim, tive meus altos e baixos com ela, mas a vida é assim. Conheço bem as entradas e saídas daquele lugar.”

Burton hoje é um criador venerado pelo estúdio. Foi atrás dele que a Disney correu quando decidiu organizar um plano de refilmar seus desenhos em versões carne e ossos.

O filme estreia em um novo momento para o estúdio, hoje o mais poderoso de Hollywood. Os seis longas baseados em animações antigas que vieram depois de ‘Alice’ renderam um total de US$ 3,8 bilhões aos cofres da Disney. Pelo menos mais 17 projetos similares percorrem a empresa em diferentes estágios de produção.

“Não penso muito sobre essa moda e me sinto sortudo de ter entrado nela quando ainda era muito cedo”, diz Burton à Folha. “Há uma razão dos filmes da Disney ultrapassarem as barreiras do tempo. Eles são contos de fadas, podem ser contados várias vezes e de maneiras diferentes”.

‘Dumbo’ é um exemplo disso. A espinha dramática é a mesma do original, contando a história do pequeno elefante ridicularizado por todos no circo até tornar-se a principal atração do picadeiro ao descobrir que pode voar com as orelhas desproporcionais.

“Amo o personagem, a ideia de um elefantinho voador e como ele usa a seu favor o que chamam de deficiência”, conta o cineasta.

O longa, contudo, toma alguns desvios radicais ao situar a trama em um mundo mais realista, tendo uma família quebrada como núcleo: Colin Farrell faz um veterano da Primeira Guerra Mundial que retorna sem um braço ao circo comandado por Max Medici (Danny DeVito) e lar dos filhos (Nico Parker e Finley Hobbins), ambos ainda se recuperando da morte da mãe.

Este é o quarto filme que Danny DeVito faz com Tim Burton. Eles já haviam trabalhados juntos em ‘Batman- O Retorno’, ‘Marte Ataca!’ e ‘Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas’. Em dois destes, ele havia atuado como um membro circense e para ‘Dumbo’, Tim Burton o teria convidado referindo-se ao projeto como a finalização da trilogia circense.

Não há animais falantes e boa parte da ação logo se move para o parque ultratecnológico do empresário de Michael Keaton e da trapezista de Eva Green.

“Não gosto de circos”, confessa o diretor. “Mas foi um estranho desafio recriar ‘Dumbo’, que ele existe em uma realidade somente dele, como uma fábula. Não queria fazer um filme óbvio, mas algo que as pessoas se surpreendam mesmo que ainda encontrem as mensagens sobre famílias disfuncionais.”

Outra mudança radical diz respeito ao polêmico fim do longa original, criticado por organizações de defesa dos animais por manter o filhote em cativeiro. O roteiro de Ehren Kruger (‘O Chamado’) se antecipa aos protestos, adaptando a história a um novo pensamento mais consciente.

“’Dumbo’ é um desenho animado diferente e que não pode ser repetido. Há coisas de que gosto no original, como a sequência do elefantinho bêbado e tendo alucinações. Mas o mundo de hoje é diferente”, explica Burton sobre a famosa sequência dos elefantes rosas, que foi levemente alterada.

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