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Em meio à crise diplomática, ministro Silvio Almeida critica Israel em reunião da ONU

No discurso, o ministro alegou que as ocupações israelenses em Gaza são ilegais, mas também condenou os ataques do Hamas
Silvio Almeida diz que Israel ocupa Gaza ilegalmente (Foto: Divulgação/ Ministério dos Direitos Humanos)

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, criticou a atuação de Israel no conflito em Gaza, durante discurso em reunião da ONU, nesta segunda-feira (26). Ele sustentou haver “desproporcionalidade do uso da força” por parte do governo israelense e afirmou que o país fere as  normas internacionais ao ocupar territórios palestinos. A fala ocorre em meio à crise diplomática iniciada após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparar as ações de Israel ao holocausto. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.

“Não posso deixar de registrar nossa profunda indignação com o que acontece neste momento em Gaza. Já, em mais de uma oportunidade, condenamos ataques perpetrados pelo Hamas e demandamos a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Mas também reitero o nosso repúdio à flagrante desproporcionalidade do uso da força por parte do governo de Israel”, discursou Almeida. 

Na avaliação do ministro, há uma “espécie de punição coletiva que já ceifou a vida de quase 30 mil palestinos”. Ele alegou que a ocupação de Israel “é ilegal e viola normas internacionais”. Por isso, pediu aos membros da ONU que reconheçam a situação e atuem para a mediação do conflito. “Incitamos que Israel cumpra integralmente com as medidas emergenciais determinadas pelo tribunal [da ONU], no sentido que cessem as graves violações dos direitos humanos”, disse. 

O ministro também citou a Convenção de 1948 sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio como entendimento para exigir uma mudança de postura de Israel em busca de uma solução pacífica dos conflitos. 

Crise diplomática

Depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital da Etiópia, Lula comparou as ações de Israel a Hitler. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, disse.

A frase fez com que o governo de Benjamin Netanyahu o declarasse como “persona non grata”. O governo israelense pede retratação por parte do petista. No entanto, na sexta-feira (23), Lula reafirmou que a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza é um “genocídio” e voltou a defender a criação de um Estado Palestino.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, também condenou a declaração do presidente do Brasil. Herzog disse que há uma “distorção imoral da história” e apela “a todos os líderes mundiais para que se juntem a mim na condenação inequívoca de tais ações”.

Entidades e organizações também criticaram a declaração de Lula. A Conib (Confederação Israelita do Brasil) repudiou a fala. A instituição classificou a afirmação como “distorção perversa da realidade que ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.

A declaração motivou ainda um pedido novo pedido de impeachment contra Lula. Encabeçado por mais de 140 parlamentares da oposição, o grupo sustenta que houve comprometimento da neutralidade do Brasil após as críticas feitas pelo chefe de Executivo sobre a conduta de Israel no conflito em Gaza.

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