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Em palestra, Roberto Cavalcanti defende imprensa livre

“A imprensa é para servir aos governados e não aos governantes”. Foi o que afirmou o empresário Roberto Cavalcanti, no final da tarde dessa quinta-feira (7), ao participar do ciclo de palestras promovido pela Academia Paraibana de Letras Jurídicas (APLJ), no Centro de Estudos Jurídicos e Sociais (Cejus), em João Pessoa, abordando o tema “Mídia, Política e Direito”. Em 07 de junho se comemora o Dia da Liberdade de Imprensa.

Roberto Cavalcanti falou da importância de uma imprensa livre, diante do compromisso de levar informações verdadeiras aos cidadãos, e das tentativas dos poderosos em calar os meios de comunicação ou manipulá-los. Para ilustrar o tema, em sua palestra, ele fez um comparativo entre a história de um grande jornal dos Estados Unidos, o Washington Post – com relatos da batalha do veículo em 1971 para divulgação de segredos do Governo do ex-presidente Richard Nixon e a impopular Guerra do Vietnã-, e o Jornal Correio da Paraíba, a partir de 1984, quando ocorreu o assassinato do empresário Paulo Brandão, com um resgate histórico até os dias de hoje.

“A luta do Washington Post, como é bem relatado no filme, revela o compromisso da divulgação da verdade acima de tudo. Ao assumirmos o Correio da Paraíba, eu e o meu primo Paulo Brandão, a nossa luta pela informação era prioridade. Inexperientes na área de mídia, compramos o Jornal como um negócio, como uma empresa, e não como instrumento político”, relembrou.

Nos Estados Unidos, não só o Washington Post, mas os outros jornais de circulação daquele país republicaram as informações do veículo com os segredos do ex-presidente Nixon em relação à guerra do Vietnã e foram processados pelo Governo e tiveram que responder perante a Suprema Corte do País, que deu ganho de causa aos jornais. “Nem mesmo a alegação de ameaça à segurança nacional serviram de argumento para anular o direito fundamento encartado na 1ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos: ‘A imprensa deve servir aos governados e não aos governantes’”, comentou.

Roberto Cavalcanti ressaltou que o Jornal Correio foi penalizado porque quebrou o silêncio e passou a divulgar atos de corrupção praticados pelo Governo, e o assassinato de Paulo Brandão foi o esforço final para expulsar a empresa do Estado. “Aqui ficamos sozinhos, mas fomos até o fim atrás dos executores de Paulinho, mesmo com ameaças, atentados e até a tentativa de uma abertura de CPI pela Assembleia Legislativa da Paraíba. Não nos calamos e não vamos nos calar”, desabafou.

*Adriana Rodrigues, Jornal Correio da Paraíba

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