Milhares de terrenos baldios em João Pessoa, tanto em bairros periféricos quanto em bairros centrais e nobres da cidade, estão virando problemas de saúde pública. A Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) afirma que a Capital tem 40 mil terrenos baldios e que, no ano passado, foram identificados 1.600 pontos de lixo em terrenos e esquinas de ruas. Mesmo com a fiscalização do órgão competente, o problema é muito comum e os moradores vizinhos a essas áreas enfrentam sujeira, ratos, baratas, escorpiões e temem a escuridão e a violência praticada nessas localidades. A Emlur pretende instalar câmeras em algumas áreas para intimidar os ‘sujões’.
Na Rua Capitão José Pereira, em Jaguaribe, um grande terreno está desocupado desde 2008. Segundo a administradora da casa de apoio mantida pela Prefeitura Municipal de Sousa, Maria Salomé dos Santos, uma concessionária de veículos funcionou no local, mas desde então o terreno está abandonado, servindo até para palco de atos de violência. “Já morreram duas pessoas aqui nesse terreno, uma no ano retrasado e outra em setembro do ano passado. Ainda vem um monte de desocupado fumar maconha por aí também”, relatou Salomé. Ela disse que já entrou em contato com a Emlur, mas que não foi feita nenhuma limpeza do terreno, que está cheio de entulhos e favorecendo a proliferação de animais. “Liguei para a Emlur e eles disseram que iriam tirar lixo, mas até hoje não fizeram nada. Já veio parar muito rato, inseto e tem até escorpião aqui por causa desse terreno”, afirmou.
O dono de uma oficina na rua Maciel Pinheiro, Ivalney de Jesus, disse que o terreno ao lado do seu estabelecimento estava em situação crítica e resolveu tomar uma atitude. “Já esteve muito pior esse terreno, depois que a gente deu uma limpada aqui melhorou bastante, isso era um lixeiro. Se for contar com a ajuda da Prefeitura, pode esquecer, é uma burocracia muito grande”, disse. No terreno, a reportagem encontrou muitos resíduos e várias carcaças de aparelhos de ar-condicionado, vindas de uma oficina próxima ao local. Sobre a violência na área, Ivalney afirma que nunca foi vítima de nenhum ato, mas que a área é perigosa. “De noite e de madrugada, só Deus sabe como é isso aqui, porque a ‘cracolândia’ é logo aqui atrás”, afirmou.
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