“A vida é um brevíssimo segundo, um só dia que escapa e foge”. A frase de Santa Terezinha retrata bem a efemeridade dos seres humanos e quão passageiro pode ser cada momento que vivenciamos. Porém, é possível tornar esse brevíssimo segundo em uma eternidade de esperança. O sangue que corre nas veias é o que torna os segundos menos céleres e sopra vida. Mas infelizmente, ele pode acabar. E está acabando. Todos os anos, na Paraíba, mais de duas mil pessoas precisam de doação de sangue, segundo dados do Hemocentro da Paraíba, porém, atualmente, o estoque de bolsas está com menos de 50% da capacidade total. A boa notícia é que você pode mudar essa realidade. Abaixo, veja a emocionante história de uma psicóloga que perdeu a mãe que precisava de sangue.
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Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 1,9% dos brasileiros doam sangue regularmente, enquanto aproximadamente 2,5% da população já precisaram ou precisam de doação de sangue. A conta não fecha, mas os caixões sim. Inúmeras pessoas morrem todos os anos por falta de doação de bolsas de sangue e essa quantidade poderia ser reduzida se dois aspectos referentes à doação fossem dissolvidos: medo e desinformação.
Como funciona?
A doação de qualquer tipo de sangue é importante, visto que o hemocentro trabalha com um esquema de rodízio, ou seja, se um paciente precisa de um determinado tipo de sangue, ele só poderá ter acesso à bolsa, se um doador efetuar uma doação, independente do tipo de sangue. Esse procedimento garante mais rapidez na chegada das bolsas aos pacientes. De acordo com a assessoria do Hemocentro da Paraíba, o sangue doado ainda é fracionado em plasma, hemocomponentes e plaquetas. Quando os hospitais precisam de um dos segmentos para atender aos pacientes, requisitam ao hemocentro que disponibiliza as bolsas.
O mais empolgante para os doadores é que a cada bolsa de sangue coletada, até quatro pessoas podem ser beneficiadas. Então, quem sempre pensou em salvar uma vida, tem ao seu alcance essa oportunidade recompensante.
São João chegando
Ainda segundo a assessoria do hemocentro, o mês de maio teve um índice menor de doações, o que preocupa os hospitais, visto que o período de São João se aproxima. Nesse período, as pessoas estão mais suscetíveis a beber e dirigir, consequentemente os acidentes são mais frequentes e com isso, a demanda de bolsas de sangue também aumenta.
A assessoria aponta alguns fatores para o mês de maio ter sido de poucas doações. “Nós geralmente recebemos 200 doações por dia, e neste mês, a média foi de 100 doações por dia. Isso ocorre porque o mês de maio foi de chuvas, muitas pessoas adoecem e consequentemente ficam inaptas à doação. Foi um mês de muitos feriados”, constatou a assessora do hemocentro, Luzia Sobreira.
Os tipos de sangue com Rh negativo (A-, B-, AB- e O-) são os mais raros, consequentemente os que mais necessitam de doação. O hemocentro orienta que pessoas aptas a doar e disponham deste tipo de sangue, não hesitem e procurem doar com urgência.
O sangue que corre nas mídias
Só quem já precisou de doações sabe como é angustiante esperar por elas e quem já viveu esse drama por três vezes tem propriedade para falar de uma ferramenta poderosa que pode contribuir para conseguir doadores. A psicóloga Thaís Queiroga, de 29 anos, precisou pedir doações de sangue para sua mãe, sua tia e sua avó. Sua mãe infelizmente não resistiu e morreu, mas a força das redes sociais foi diferencial para salvar a vida das suas.
“Minha tia descobriu que tinha um tumor benigno na cabeça e precisou fazer uma cirurgia em Recife (PE), no Hospital da Restauração. Já minha avó, precisou fazer uma cirurgia cardíaca de grande porte, na qual havia uma necessidade de certa quantidade de bolsas de sangue. Recorremos aos amigos dos poucos amigos e conhecidos que, de imediato, ativaram suas redes sociais em uma campanha para conseguir essas bolsas. Em ambas as partes, queria enfatizar o quanto as redes sociais e os meios de comunicação nos ajudaram. Em ambos os casos, as duas, graças a Deus e a estes anjos que fizeram suas doações, as duas estão muito bem e se recuperaram inteiramente”, disse Thaís.
A psicóloga ainda salienta que depois de passar por essas situações de aflição e agonia, passou a entender a doação de sangue com outro significado. “Infelizmente, até estarem propensas a passar por uma situação como esta, a maioria das pessoas não têm consciência do quão importante é este, que eu chamo ato de amor e humanidade. Todos nós, falo também por mim, deveríamos usar um pouco de empatia e refletir que no dia de amanhã, nós estamos sujeitos a esta necessidade. A doação de sangue deveria ser rotineira para cada um de nós. Um simples ato que tem a grandiosidade de salvar a vida do outro”, concluiu Thaís Queiroga.
Quem pode doar?
A doação de sangue não deve ser sazonal, mas rotineira. As solicitações de bolsas de sangue para pacientes é constante, logo, os doadores também precisam manter essa freqüência. Porém, é recomendável que se espere dois meses de uma doação para outra, para os homens, e três meses para as mulheres.
Abaixo, você confere os requisitos necessários para realizar a doação:
– Estar em boas condições de saúde;
– Ter entre 16 e 69 anos;
– Pesar no mínimo 50 kg;
– Ter dormido no mínimo 6 horas (nas últimas 24 horas);
– Estar bem alimentado;
– Apresentar documento original com foto;
– Não estar gestante;
– Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
– Não ter feito tatuagem nos últimos 12 meses;
– Não ter tido relação sexual sem preservativo nos últimos 12 meses;
– Não ter tomado vacinas nas últimas 48 horas;
– Não ter Hepatite ou Malária;
– Não ter tido doenças sexualmente transmissíveis.
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