O reitor Edilson Amorim recebeu documento da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) reafirmando que após a adesão dos hospitais pertecentes à Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) o processo de federalização do Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras, será concluído. A cidade fica a 430 km de João Pessoa, no Sertão do estado.
O presidente da Ebserh, Rubens Rebelatto, ratifica que existe previsão orçamentária para a construção de outro hospital universitário na cidade de Cajazeiras e que a empresa conduzirá a construção, assim como fará a gestão desse novo equipamento.
Assumindo a gestão, em conjunto com a universidade e direção do hospital, diz o documento, a empresa também providenciará a recomposição da força de trabalho do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande.
Essa “manifestação de Compromisso” foi solicitada pela reitoria para subsidiar a retomada da discussão sobre a adesão da UFCG à Ebserh. Pois, segundo Edilson Amorim, ao mesmo tempo em que garante mais um hospital para o Estado, registrando oficialmente tal compromisso do governo federal, o documento comprova que a adesão vai além de uma visão estritamente política.
“Estou convicto de que esse novo modelo de gestão hospitalar garante maior presença do estado, fortalece e reestrutura os hospitais”, afirmou o reitor, ressaltando não acreditar que a comunidade acadêmica da UFCG se furtará em contribuir com a Paraíba, não permitindo a construção de um hospital com 200 leitos e a contratação de, no mínimo, mais mil profissionais na área de saúde.
Convicção
Em reunião, na manhã desta sexta-feira (23), com a diretoria da associação dos docentes (Aduf-CG) e do HUAC, que contou com a participação de representantes do sindicato dos técnico- administrativos, do Andes, movimento estudantil e fórum de defesa do SUS, o reitor afirmou estar convicto de que a Ebserh evitará um futuro colapso no hospital universitário de Campina Grande.
E reafirmou que, no âmbito das relações institucionais e do diálogo democrático, adotará as iniciativas necessárias para conduzir a UFCG à adesão. “Não quero ser responsabilizado por não promover a ampliação dos serviços do HUAC, pela não federalização do HUJB e não construção de um equipamento hospitalar tão importante para nosso Estado”, registrou.
Edilson Amorim também afirmou que os resultados serão visíveis dentro de dois anos, após o diagnóstico da capacidade e oferta dos hospitais (HUJB e HUAC) e com o início das obras do hospital geral em Cajazeiras. “Se o modelo Ebserh não funcionar, podemos rever o contrato”, disse, destacando ser necessária uma leitura da lei de criação e do estatuto da empresa para que se desmistifique, também, o caráter de privatização e de dupla-porta, tão combatido pelos oposicionistas à adesão.
Audiência
Durante quase duas horas, foram levantados questionamentos sobre a característica da empresa, encaminhamentos e fatos novos que nortearam a retomada da discussão sobre a adesão da UFCG à Ebserh.
Em documento lido e entregue ao reitor, além de repudiar o posicionamento da reitoria na questão, o presidente da Aduf, Irelânio Leite, solicita esclarecimentos sobre a real situação do processo de federalização do HUJB, pactuação de serviços do HUAC com o SUS, construção de um novo hospital em Cajazeiras.
O reitor afirmou que a institucionalização da adesão – não podendo ser por unidade hospitalar separadamente – mudou completamente o cenário na UFCG e que o compromisso assumido pela Ebserh, de concluir a federalização do HUJB, recompor o quadro profissional do HUAC e construir um hospital com 200 leitos, em Cajazeiras, são elementos substanciais para que seja defendida administrativamente a adesão.
Edilson Amorim também lembrou que, no início do ano passado, foi questionado pelo prefeito municipal Romero Rodrigues, informando a reitoria sobre o não cumprimento de metas pelo HUAC.